O Governo é consciente de que a falta de segurança no Rio de Janeiro preocupa perante a realização da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016, porém defende que a violência não acontece em pontos turísticos, o que minimiza o risco para visitantes.
Assim disse nesta segunda-feira a presidente do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), Jeanine Pires, em Londres, onde o Brasil participa da World Travel Market, uma das feiras turísticas mais importantes do mundo.
“Os atos de violência acontecem em locais específicos, não em praias nem pontos turísticos”, explicou Jeanine Pires, que reconheceu ter percebido que os confrontos entre Polícia e traficantes no Rio despertam certo temor no exterior.
A representante da Embratur ressaltou a necessidade de tratar o tema e não se esconder para que fique claro que fatos como a derrubada de um helicóptero policial, em meados de outubro em uma favela do Rio, mostram “que o Governo combate intensamente o tráfico de drogas e de armas”.
“Já abrigamos os Jogos Pan-americanos, e até o próprio Comitê Olímpico Internacional (COI) aprovou nosso projeto e deu seu sinal verde ao tema da segurança, com o que costumam ser tão estritos”, explicou.
Segundo suas estimativas, o Brasil terminará 2009 com um número de turistas similar ao ano anterior – cerca de cinco milhões de visitantes -, embora a receita deva cair 10%, em virtude de a estadia média ter recuado em quase dois dias.
A aparição da nova gripe causou problemas durante os meses de julho e agosto deste ano para o turismo estrangeiro. Para Jeanine Pires, isso fez com que “muitos brasileiros decidissem ficar em seu país” e isso aumentou notavelmente o turismo nacional compensando em parte as perdas.
Para 2010, a Embratur espera que o país retorne aos níveis de 2008, graças ao maior peso adquirido pelo Brasil no cenário internacional com a realização de dois eventos esportivos da magnitude da Copa e das Olimpíadas.
Um dos principais objetivos do Governo é atrair o turismo sul-americano, que atualmente representa 34% do total de estrangeiros recebidos, exatamente a mesma proporção de europeus.
“Temos que trabalhar para que os sul-americanos visitem mais nosso continente”, disse a presidente da Embratur, que destacou que os números demonstram “muito potencial” nesse setor.