A ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira confirmou em seu depoimento à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, nesta terça-feira (18) que teve uma reunião secreta com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, onde ela teria pedido para “agilizar” a investigação das empresas do filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).
“O encontro houve e reitero a entrevista que concedi ao jornal Folha de S. Paulo publicada no dia 9 de agosto deste ano. A ministra me perguntou se eu podia agilizar a fiscalização sobre o filho de José Sarney. Não procurei o jornal; fui procurada por dois repórteres da Folha que me pediram simplesmente para confirmar o que eles já sabiam. Volto a confirmar aqui porque não haveria de negar a verdade”, disse Lina.
Lina afirmou ainda que não se sentiu pressionada pelo pedido da ministra Dilma. “Não senti no pedido da ministra qualquer pressão”, disse. Lina também disse que não tem como comprovar o seu encontro com a ministra.
“Eu disse que não me lembrava do dia que estive com a ministra porque não constou da minha agenda pessoal. Não constou na minha agenda nem da dela [Dilma]. Eu acho que fica a minha palavra e temos a palavra da ministra. Eu não vim aqui para dizer mentira. Ter ou não agenda não vai comprometer a verdade. Nas nossas agendas oficiais não constava”, afirmou.
PREVARICAÇÃO
O líder do PT no Senado, Aloizio Mercadante (SP), afirmou hoje que a ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira teria prevaricado ao ocultar o suposto encontro que teria tido com a ministra Dilma Rousseff. Incorre em prevaricação quem falta aos deveres do cargo. “Ou a senhora prevaricou ou não está falando a verdade”, disse.
