De janeiro de 1998 a setembro deste ano, o número oficial de mortos envolvidos em confrontos no Rio de Janeiro chega a mais de 10 mil. Os dados fazem parte dos autos de resistência e foram divulgados pela Secretaria de Segurança. Segundo as estatísticas, policiais civis e militares mataram 10.216 pessoas – cerca de 2,4 mortos por dia – no Estado.
Os autos de resistência foram criados durante a ditadura e começaram a ser divulgados no último ano. Segundo a pesquisa, um dos maiores agravantes do número de mortes é a gratificação criada em 1995 por Marcelo Allencar (PSDB) que premia os policiais por atos de bravuras.
Desde que essa política de premiações entrou em vigor, o número de mortos em ações da polícia dobrou no Rio de Janeiro. Para o sociólogo Ignacio Cano, responsável pelo estudo, esses números representam “a radiografia da barbárie”. “Trata-se de uma política que não trouxe nada de positivo”, disse Cano para o <i>Estado de S. Paulo</i>.