Depois que Marcelo Dourado ganhou o Big Brother Brasil 10, a homofobia se tornou a grande discussão da mídia. O ganhador do reality show global polemizou ao afirmar durante o programa que “só os homosexuais contraem o vírus da Aids”. Como punição pela frase escrota dita ao vivo, o programa foi obrigado a exibir um esclarecimento sobre as formas de contração da Aids definidas pelo Ministério da Saúde.

Obviamente, o comentário gerou revolta nos movimentos que atuam na luta pelos direitos GLBT. Mas no mundo da música essa história é diferente. O comentário de Marcelo Dourado parece “simpático” em comparação ao ataques homofóbicos de alguns músicos. Ao se defender, alguns dizem que estão dando voz a personagens através de sua música, outros que suas letras foram mal compreendidas. Os casos geram polêmicas e mal estar, e marcam um retrocesso e desrespeito pelos direitos humanos. O pior: os artistas servem de exemplo para as novas gerações.

Para ilustrar esse tipo de atitude “sem noção”, o Virgula Música relembra alguns casos de músicas e bandas com atitudes homofóbicas:

Bad Brains – O vocalista do seminal grupo de hardcore, H.R., deu uma entrevista para a revista Flip em 1982 falando que os homossexuais o “incomodavam em público devido ao seu visual”. Na mesma época, o cantor entrou em atrito com Randy Turner, vocalista do Big Boys, devido a ele ser homossexual. Em 2007, H.R. pediu desculpas e culpou o radicalismo do rastafarianismo pelo seu comportamento.

Dire Straits – O sucesso Money For Nothing da banda de Mark Knopfler causou polêmica em 1985. A canção relata na letra um cantor como “that little faggot” (“aquela bicha”, na tradução livre). A música foi interpretada como homofóbica, sexista e racista. Nas rádios, a frase foi censurada.

Buju Banton – O músico jamaicano de dancehall/reggae causou polêmica em 1988. O cantor lançou a controversa música Boom Boom Bye, cuja letra sugere abater gays a tiros. Mas não para por aí. Em 2004, Banton foi acusado de ter agredido seis rapazes homossexuais em Kingston. Por medo de represálias, os homens retiraram o processo em 2006. Alguns anos depois, o músico não assinou a petição Stop Murder Music, uma campanha para acabar com a homofobia no mundo reggae.

Axl Rose – O Guns N’ Roses foi acusado de ser homofóbico e racista, tudo culpa das letras do “divo”, Axl Rose. A canção One In Million, do álbum G N’ R Live, atacava abertamente as comunidades gay e negra.

Sebastian Bach – O cantor, na época à frente do Skid Row, causou controvérsia ao usar uma camiseta escrita “AIDS: Kills Fags Dead” (“Aids: mata as bichas”, na tradução livre), em 1989.

Public Enemy – O influente grupo de hip hop sempre foi polêmico em suas letras. Professor Griff, um dos integrantes do grupo chegou a ser expulso do grupo nos anos 90 por creditar os judeus como a causa da miséria mundial. A intro homofóbica Meet the G That Killed Me do disco, Fear of a Black Planet, causou polêmica na época ao relatar que “homem com homem não existe”.

Eminem – As músicas do rapper branquelo não costumam perdoar ninguém. Como um dos vários exemplos, Eminem canta na canção Criminal: “Sendo você gay ou lésbica, ou homossexual, ou travesti, de calça ou vestido – odeia gays? A resposta é sim!”. Obviamente a canção trouxe polêmica, reclamações e foi proibida de tocar nas rádios americanas. Para acalmar os ânimos dos movimentos GLBT que sentiram repulsa pela faixa, o rapper se apresentou com o ícone gay, Elton John, no Grammy de 2001.

Lil Wayne – O rapper, que está preso atualmente, lançou à moda do No Homo (“Sem homosexualismo” na tradução livre) em 2007. Explica-se: Lil Wayne encaixava o “grito de guerra” em várias músicas suas. Virou uma mania entre os seus fãs dizer a frase, inclusive as crianças. Olha o exemplo…

Katy Perry – A música Ur So Gay causou muita polêmica. A canção conta a história de um ex-namorado (Pete Wentz?) que age como “gay”. A letra é preconceituosa inclusive com quem não come carne, lê Hemingway, curte indie rock e outros “clichês”. Na época, o outro hit de Katy, I Kissed A Girl, também recebeu várias reclamações de movimentos pelos direitos gays. Os grupos afirmavam que a cantora “imbecilizava” os bissexuais.

Calcinha Preta – O grupo de forró foi alvo da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transexuais (ABGLT) em 2007. A canção Puxei A Meu Pai, que tem o refrão: “Quem gosta de mulher levante a mão, quem gosta de mulher é meu amigo, quem gosta de mulher levante a mão, e quem não gosta já ganhou um inimigo“, foi acusada de promover a homofobia e a violência contra os homossexuais.

Claudia Leitte – Até tu Claudia? O público gay ficou magoado com a cantora em 2008. Em uma entrevista, foi perguntado a Claudia, na época grávida, se ela teria algum problema caso o filho dela fosse gay. Contrariada, a cantora respondeu que preferia que seu filho “nascesse macho”. Em resposta às polêmicas, a moça disse que tem medo de ter um filho gay devido ao “forte preconceito existente no Brasil”.

E aí, tem mais algum exemplo para colocar na nossa lista negra? Comente.


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Dourado feelings: Conheça os músicos acusados de homofobia