(Da redação) David Goldman, um norte-americano que luta judicialmente para recuperar seu filho que vive com o padrasto brasileiro, no Rio de Janeiro, ganhou grande repercussão da mídia nos Estados Unidos e se transformou em saia-justa diplomática para o Brasil.

Ao se reunir com o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, na quarta-feira (25/02), a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, fez questão de comentar o caso. Agora, a expectativa fica por conta do encontro dos presidentes Lula e Obama, dia 17 de março, em Washington. Um protesto de pessoas solidárias a Goldman está marcado para a data e promete fazer barulho e tentar ofuscar o evento.

Luca Bianchi, 30 anos, tio do garoto por parte de mãe, rompeu o silêncio e acusou o ex-cunhado de montar um circo. “Ele mostra um vídeo com o filho na piscina e acha que isso basta para dizer que podem ter uma vida feliz”, disparou Bianchi, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.

Bianchi, que morou nos EUA próximo da irmã e do cunhado, diz desconhecer as três mulheres que aparecem como amigas de Bruna em reportagem publicada pelo canal de TV NBC. “Até amigas compradas eles arrumaram”, afirmou.

Histórico

Até seis meses atrás, S.G. vivia como um garoto da zona sul do Rio de Janeiro, com a mãe, a empresária Bruna Bianchi, e o padrasto, o advogado João Paulo Lins e Silva, de 34 anos, na Lagoa. Os três estavam juntos havia quatro anos e esperavam a chegada da irmã caçula, Chiara.

Goldman permanecia em New Jersey e, inconformado com a vinda do filho para o Brasil, brigava na Justiça dos dois países, sem sucesso, pela guarda. No dia 21 de agosto de 2008, Bruna morreu ao dar à luz. Sua morte reacendeu a disputa pela guarda de S. G..

O pai biológico, além das ações judiciais que move desde 2004 para levar o menino de volta aos EUA, conta com uma rede de amigos que criou uma campanha na internet batizada de “Bring S.G. Home”. Com respaldo dos americanos, após a perda da guarda do filho, Goldman acusa a Justiça do Rio de Janeiro de beneficiar o padrasto, ao lhe permitir ficar com o menino, mesmo sem ter laço de sangue.

Lins e Silva é filho e sócio do advogado Paulo Lins e Silva no maior escritório de Direito de Família do Rio de Janeiro. Desde a morte da mãe, S.G. mora em um condomínio na Barra da Tijuca, na zona oeste, com a irmã, Chiara, o padrasto e os avós maternos.

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Disputa por garoto de 8 anos vira imbróglio diplomático