Todo mundo conhece os dinossauros do rock: Pink Floyd, Rolling Stones e
Led Zeppelin. Verdadeiras instituições, esses “monstros sagrados” do
passado ano após ano enchem estádios, atraindo fãs de várias gerações.

A música eletrônica também já tem algumas décadas de história para
contar. E agora dá pra dizer com segurança que já tem seus próprios
dinossauros. 2009 tem sido um ano cheio deles. Faz sentido: o gênero
eletrônico desencanou da obrigação de ser futurista e inovador; a acid
house completou 21 aninhos.

O Virgula separou nove
“jurássicos” importantes da música eletrônica que estão a todo vapor em
2009. E ainda tem vídeos para você julgar se eles ainda dão liga.

ALTERN 8

No auge do techno hardcore, o Altern 8 dominava o cenário das
mega-raves inglesas ao lado do Prodigy. Eles chegaram a vir para o
Brasil em 92 para a L&M Rave, em São Paulo, o primeiro evento do
tipo no país. Vários clássicos desse tempo, como Evapor-8 e Frequency, são deles. Depois que a poeira baixou, a dupla se
separou. Chris Peat foi trabalhar com computadores. Mark Archer foi
produzir com outros nomes. Nesta década, Archer ressuscitou o Altern 8
e agora viaja pelo mundo fazendo sets de DJ recheados de clássicos
eletrônicos.

Altern 8 (DJ set no festival de Glastonbury, Inglaterra)

ARMAND VAN HELDEN

Funk Phenomena, Witch Doktor, You Don’t Know Me, Koochy… Esse nova-iorquino colecionou uma porção de hits tanto de pista como de
rádio nos anos 90. Metidão a bad boy, Van Helden parecia às vezes mais
um astro do hip hop do que um DJ de house. Ele acaba de lançar seu
primeiro single em muitos anos, uma parceria com o rapper inglês Dizzie
Rascal.

Armand Van Helden e Dizzee Rascal – Bonkers

BASEMENT JAXX

A dupla inglesa Basement Jaxx foi bem atrevida quando tocou no Skol
Beats em 2004, abrindo seu show com sambão e passista de avenida. Era a
introdução para seu hit Samba Magic. O BJ já experimentou de tudo
nessa vida e geralmente se deu bem: reggae, hip hop, pop, disco, funk,
techno, house. Eles estão de volta com um disco novo, Scars, que promete colaborações de Grace Jones, Santogold, Yo! Majesty e, erm, Yoko Ono.

Basement Jaxx – Raindrops

<object width=”620″ height=”378″><param name=”movie” value=”http://www.youtube.com/v/OULfz1l7m5I&hl=pt-br&fs=1&”></param><param name=”allowFullScreen” value=”true”></param><param name=”allowscriptaccess” value=”always”></param><embed src=”http://www.youtube.com/v/OULfz1l7m5I&hl=pt-br&fs=1&” type=”application/x-shockwave-flash” allowscriptaccess=”always” allowfullscreen=”true” width=”620″ height=”378″></embed></object>

GOLDIE

Nos anos 90, o drum’n’bass era um dos gêneros eletrônicos mais
populares em existência. E Goldie era o seu rei. Ex-grafiteiro,
ex-vendedor de jaquetas douradas para dentes, Goldie se consagrou com o
álbum Timeless. Ele sumiu do
mapa nessa década. Ano passado, ele ressurgiu num reality show inglês
onde os participantes tinham que montar uma orquestra. Ele se saiu
muito bem. Por conta disso, foi feito outro programa, chamado Classic Goldie, que mostra ele aprendendo a compor Timeless para uma grande orquestra e um coro.

Goldie e orquestra interpretam O Fortuna



KRAFTWERK

Bem, se o pessoal dessa página é dinossauro, o Kraftwerk são os caras
do Big Bang. Esses alemães são reconhecidos como os primeiros a fazer
música pop 100% eletrônica (em vez de usar o teclado dentro da banda).
Em músicas como Trans Europe Express, Numbers e Autobahn ouve-se
as sementes de muita coisa que veio depois como trance, house, techno e
electro. Em 2009, o Kraftwerk veio para o Brasil pela terceira vez,
abrindo para o Radiohead.

Kraftwerk – The Model (ao vivo em São Paulo)

ORBITAL

Cerebral! Inteligente! Mental! Esses eram os adjetivos que costumavam
acompanhar o Orbital, dupla inglesa que teve seu auge no começo dos
anos 90. Apesar disso, eles faziam muita coisa boa para pista, como Chime e Lush 3-2 E se não era tão dançante, como The Box e Kein
Trink Wasser
, era muito bom de ouvir. O Orbital retornou esse ano com
elogiados shows e uma coletânea celebrando seus 20 anos de carreira.

Orbital – Halcyon (com pedaços de Belinda Carlisle e Bon Jovi; ao vivo na Bélgica)

PORTISHEAD

Os arautos do sombrio e soturno trip hop, que nos anos 90 mandaram o definitivo Dummy, tinham se encolhido à toca por quase toda esta década. Aí reapareceram com um excelente disco, Third, incorporando várias influências atuais e caindo de novo na boca dos fãs do lado escuro da lua.

Portishead – Machine Gun (ao vivo no programa Jools Holland)

PRODIGY

Este ano, o Prodigy voltou com o álbum Invaders Must Die. E voltou mais parecido com o Prodigy das antigas. Seu álbum de 2004, Always Outnumbered Never Outgunned,
foi praticamente uma empreitada solo do cabeça Liam Howlett. Agora,
outros membros, como o vocalista Keith Flint e o MC Maxim Reality,
retornaram à formação. O novo material tem sido elogiado e aposta firme
na barulheira rítmica. Tanto é que o single Omen acaba de vencer uma
categoria na premiação da revista Kerrang!… de heavy metal.

The Prodigy – Omen

TECHNOTRONIC

Quem não conhece Pump Up the Jam deve se beliscar para ver se está
vivo. A música é de 89 e, junto com Get Up! e Move This, botou esse
belgas nas cabeças do pop dançante na virada dos 90. Eles chegaram até
a ser banda de abertura de uma turnê da Madonna na época. Este ano,
dois membros originais, os vocalistas Ya Kid K e MC Eric, retomaram a
carreira, aproveitando os 20 anos de sua fundação. Estão no Twitter e
tem datas por todo o mundo, incluindo Vladivostok (!), Barcelona,
Sydney e até uma passagem-relâmpago pelo Brasil, para um único show na
Pacha de Florianópolis.

Technotronic – Pump Up the Jam/Rockin’ Over the Beat (ao vivo em Buenos Aires)


int(1)

Dinossauros da música eletrônica ressurgem em 2009