Misto de diário de campo e grande reportagem, o recém lançado livro Diário de Bollywood, de Franthiesco Ballerini, aborda as principais características do cinema indiano. Anualmente, são produzidos mil filmes e vendidos mais de três bilhões de ingressos, para salas em que chegam a caber até três mil pessoas, na Índia.
Fruto de uma reportagem especial de vinte dias com visitas a estúdios, sets de filmagem, escolas e casas de atores e diretores em Mumbai, sua obra desvenda o funcionamento de Bollywood, mostrando por que ela é a maior produtora de filmes do mundo.
CAMINHO DAS ÍNDIAS
Após mergulhar no universo indiano por vinte dias, o autor apresenta uma reflexão sobre o modo de produção, o estilo de atuação e a influência da TV e da pirataria nos novos rumos do cinema. Ballerini também traça um paralelo inédito entre o cinema indiano e as produções de Hollywood e da América Latina.
A temática [indiana] não agrada muito o mundo ocidental, por ser muito repetitiva, sempre com conotação emotiva, envolvendo mocinhos e mocinhas, diz o autor. No entanto, segundo Ballerini, os indianos não se preocupam com a avaliação estrangeira.
Por outro lado, poderíamos ensinar a eles a liberdade de expressão, ou seja, como abordar qualquer assunto nas telas sem medo de censura, bem como a capacidade que temos de criar roteiros muito mais criativos e diversos, diz.
É muito comum que se ouçam em países da América Latina, por exemplo, comentários sobre os clichês, a pobreza temática e até brincadeiras pejorativas envolvendo o nome Bollywood, conta.
E continua: Nem os profissionais de Hollywood pensam mais dessa maneira. A prova disso é que eles estão investindo fortemente em coproduções Estados Unidos-Índia, instalando escritórios em Mumbai e levando grande quantidade de roteiristas, diretores e produtores para explorar o local e trabalhar in loco.
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