Enquanto nos Estados Unidos, nesta segunda-feira (19), crianças se fantasiam de índios e comemoram a data, no Brasil a palavra de ordem é adaptação. Por aqui, o índio precisa se adaptar ao homem branco ao invés de manter e passar sua cultura às próximas gerações. E como a vida imita a arte – ou seria o contrário? – o índio interpretado nas novelas e filmes vira descendente de europeu.
Desde o Cacique Juruna, primeiro deputado que politicamente apresentou a identidade indígena para o homem branco, os índios precisam se tornar caras pálidas. Juruna precisou vestir terno e gravata para poder cumprir suas obrigações políticas, mas latifundiários sempre circularam com chapéus de fazendeiro pelos corredores do Planalto.
Nas novelas, o índio é sempre interpretado por um ator bronzeado, forçando-nos a esquecer os olhos azuis ainda aparentes, os cabelos claros e traços europeus dos musos e musas das novelas e do cinema. É como se uma criança colocasse as roupas dos pais e tentasse convencer a todos de que é um adulto.
No começo dos tempos, no teatro grego, homens interpretavam mulheres, e, no cinema americano, brancos faziam papéis de negros com a pele pintada. Até hoje é difícil encontrar espaço para um índio verdadeiro interpretar o seu papel. Estereótipos são sempre mais bem aceitos do que a realidade distante vivida por diferentes.
Conheça agora quem foram os atores que deram vida aos índios na dramaturgia tupiniquim do país que finge não existir preconceitos.