O Distrito Federal é a unidade federativa que tem apresentado a melhor qualidade de informações relativas ao recolhimento e à apreensão de armas. Com isso, lidera o Ranking dos Estados no Controle de Armas, levantamento realizado pela organização não governamental (ONG) Viva Rio a partir de outubro de 2008. O relatório foi divulgado hoje (15) durante reunião da Subcomissão Especial de Armas e Munições, na Câmara dos Deputados.
Liderar o ranking, segundo o diretor da Viva Rio Antônio Rangel, não significa necessariamente que a situação da capital federal seja satisfatória. Para termos uma visão mais realista, seria necessária uma comparação com outros países. Se isso fosse feito, a conclusão não seria tão positiva, disse Rangel.
Por ter sido a unidade federativa que mais colaborou com informações sobre a padronização dos dados do armamento e relativas a cada caso de arma apreendida, o DF foi considerado ponto de referência (100%).
Em segundo lugar ficou o Rio de Janeiro (95,5%), seguido por São Paulo (93,4%), Pernambuco (91,6%), pelo Tocantins (88%) e Espírito Santo (83,3%). Os estados de Minas Gerais, de Mato Grosso do Sul e do Paraná também melhoraram sua posição no ranking, por adotar sistemas mais apropriados de recolhimento, armazenamento e guarda, com informações mais detalhadas sobre os armamentos.
Nosso objetivo é gerar pressões para que os estados superem suas deficiências. Infelizmente Rondônia, Sergipe e o Amapá [não forneceram as informações solicitadas para a pesquisa] não têm colaborado, e isso precisa ser divulgado para que a opinião pública os leve a tornar pública as informações, afirmou o presidente da subcomissão, deputado Raul Jungmann (PPS-PE).
Segundo ele, de posse de informações sobre fabricação, lojas de revenda e entidades que compraram as armas é possível identificar como elas foram parar nas mãos de criminosos. Boa parte tem como origem a própria polícia e em lojas autorizadas, disse Jungmann.
O início dessa pesquisa teve origem no Rio de Janeiro. Lá havíamos identificado, em 1995, que 99% das armas apreendidas com bandidos eram originárias de apenas nove lojas, disse Rangel. A partir daí, caberia à Polícia Federal entrar em ação e investigar o porquê do desvio. Infelizmente isso ainda não foi feito e as lojas continuam atuando, completou.
A pesquisa levou em conta um universo de 238 mil armas apreendidas no país durante os últimos dez anos.