A primeira década dos anos 2000 foi marcada por várias tribos urbanas e grupos que dividiam os mesmos ideais ou os mesmos gostos e modismos. Relembre quais foram as mais marcantes:
Emo/From UK: Nunca os fãs de um gênero musical despertaram tanto amor e ódio quanto os meninos e meninas com feições tristes, olhos pintados e franjas escorridas. Se antes as brigas eram punks contra metaleiros e hippies contra yuppies agora são todos contra os emos. Os From UK foram uma versão pokemón evoluída, com cabelos espetados, roupas mais coloridas e a busca incessante pela popularidade na internet.
Webcelebridades: Adaptando o ditado de Andy Warhol para “no futuro todos serão famosos para 15 pessoas”, as celebridades de internet se dividem-se em dois tipos: os sortudos (ou não), que foram flagrados fazendo algo ridículo ou engraçado, como a nutricionista Ruth “sanduíche-íche” Lemos ou o Lídio “Fresco Boiola” Mateus; e os que surgiram na internet e foram para outros meios como Marimoon, a fotologger que virou VJ da MTV.
Bling Bling: “Mais é mais” podia tranquilamente ser o lema dos adeptos do bling-bling, turma que não economizava nas joias caríssimas e acessórios com muito brilho e glamour. Com seus anéis, pulseiras e colares de milhões de dólares, o rapper P. Diddy era considerado o Rei do Bling Bling. No Brasil, o modismo pegou forte entre jogadores de futebol como Ronaldinho Gaúcho.
Nerds: Se nos anos 80 e 90 os nerds apanhavam na escola, agora eles mandam no mundo e faturam milhões antes mesmo dos 30 anos criando softwares mirabolantes ou tendo ideias bestas mas que ninguém teve antes como The Million Dollar Home Page. No final dos anos 00, até os moderninhos de plantão adotaram os óculos quadradões, mesmo sem lente.
Hipsters: Lançadores de tendências na música e na moda, os clubbers niilistas dos anos 00 podem ter acabado com a cultura ocidental, como acusou a revista Adbusters, mas com certeza renderam boas risadas através de blogs como o Hipster Runoff e o Hipster Cafona.
Periguetes: Eternizadas pelo hit do MC Papo, o termo inicialmente era usado para definir menores de idade que adoram se exibir na internet com fotos em poses sensuais (periguete vem de perigo pois menor de idade é “chave de cadeia”), a termo acabou crescendo e virou denominação para qualquer mulher que gosta de se exibir e usar roupas curtas e coladas.
Funkeiros: Com um gravador em casa e muitas ideias (às vezes erradas) na cabeça, os funkeiros foram uma versão 00 dos punks. Execrados pela crítica e público, invadiram a classe média depois que seus batidões conquistaram a Europa e Estados Unidos exportados pelos DJs Marlboro, Sany Pitbull, pelo Bonde do Rolê e até um americano, o DJ e produtor Diplo.
Wannabe DJs: Como bem retratou o Tumblr Mão No Botão, Pose pra Foto, todo mundo atacou de DJ, de ex-BBBs ao jornalista Carlos Tramontina, passando pela saudosa atriz Leila Lopes.
Indies: Pais do emos, os indies tímidos dos anos 90 agora até são mais alegrinhos e comunicativos (culpa da internet?). Os fanzines viraram os blogs de música, a Winona Ryder da vez agora é a atriz e cantora Zooey Deschanel. Mas eles continuam amando cinema europeu e camisetas de suas bandas desconhecidas favoritas. Também nas versões twee (fãs de coisas fofinhas, vinil e roupinhas do vovô) e barbudos (fãs de post rock, bonés de caminhoneiro e da série Meu Nome é Earl).
Artistas urbanos: Os videomakers dos anos 00. De repente todo mundo virou artista só porque fez uns stickers pra colar nas grandes avenidas. A street art ganhou status e foi acolhida definitivamente nas galerias, no design de marcas, roupas e música. E apesar de ter revelado para o mundo artistas geniais como OsGêmeos e Carlos Dias, fez com que outros pegassem o embalo e usassem o grafite pra se promover na tentativa de serem os próximos Basquiat.
Menções honrosas: new ravers (os coloridos fãs de bandas como Klaxons e Hadouken), ciclistas (os fervososos militantes anti-automóveis), vegans (adeptos da filosofia que abomina a utilização de alimentos e materiais de origem animal), fashionistas (os entusiastas da moda), camilinhas (as patricinhas mais descoladas), metrosexuais (os machos sensíveis e vaidosos), cosplayers (pessoas que se fantasiam de algum personagem do qual são fãs, seja de livros, filmes ou jogos), otakus (fãs de anime e mangá), dirces (mulheres modernas que resgataram o que antigamente era chamado de “mulher prendada”), geeks (fãs de tecnologia e informática), steampunks (jovens que cultuam a moda e os hábitos do século XIX), novas pin ups (fãs do estilo de Dita Von Teese).