O desmatamento na Amazônia em maio atingiu uma área de 123 quilômetros quadrados (km²), de acordo com relatório do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), divulgado hoje (24) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Em relação aos dados de maio de 2008, quando o Inpe registrou 1.096 km² de desmate, houve queda de 88%.
A cobertura de nuvens na região no período permitiu a visualização de 38% da área, situação melhor do que nos três meses anteriores, quando os satélites só conseguiram observar cerca de 20% da floresta por causa das nuvens.
Mato Grosso voltou a liderar a lista de maiores desmatadores, com 61,2 km² de florestas derrubadas em maio, cerca de 50% do total verificado no mês em toda a região. No entanto, o Inpe pondera que a taxa de desmate foi elevada por causa da baixa quantidade de nuvens sobre o território mato-grossense, diferentemente do que ocorreu em outros estados.
O Amapá, o Pará, o Amazonas e o Acre não puderam ser monitorados adequadamente, pois apresentaram alto índice de cobertura de nuvens no período. O estado de Mato Grosso foi o que apresentou melhor oportunidade de observação, e também onde a maior área de alertas foi mapeada, ressalta o relatório.
Em Roraima foram desmatados 17,7 km² e no Maranhão, 17,6 km². Os estados de Rondônia e do Pará, que ocupavam os primeiros lugares nos últimos rankings, só aparecem em seguida, com 11,7 km² e 10,5km² de devastação, respectivamente.
A medição do Deter considera as áreas que sofreram corte raso (desmate completo) e as que estão em degradação progressiva. O sistema serve de alerta para as ações de fiscalização e controle dos órgãos ambientais.
De agosto de 2008 até maio de 2009, o Deter já registrou 2.957 km² de desmatamento na Amazônia. No período anterior (agosto de 2007 a maio de 2008) a soma foi de 6.952 km².
A redução verificada pelo Deter pode sinalizar queda na taxa anual de desmatamento, medida pelo Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal (Prodes). O número atual é de 11,9 mil km².