O déficit em conta corrente do país no mês passado chegou a US$ 2,311 bilhões e acumulou US$ 11,876 bilhões de janeiro a setembro deste ano. Tanto na comparação com setembro do ano passado (US$ 2,761 bilhões) quanto com os nove meses de 2008 (US$ 22,884 bilhões), o resultado negativo deste ano é menor.
A conta corrente registra as compras e vendas de mercadorias e serviços do país com o exterior. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (23) pelo Banco Central.
O resultado negativo foi puxado por um dos itens da conta chamado de serviços e rendas (remessas de lucros e dividendos, pagamentos de juros, viagens internacionais e outros). Nesse caso, o déficit foi de US$ 3,969 bilhões, em setembro, e de US$ 35,632 bilhões, nos nove meses do ano.
Outro parte da conta corrente é a balança comercial, que registra exportações e importações. No mês passado, houve superávit comercial de US$ 1,329 bilhão e o valor acumulado chegou a US$ 21,312 bilhões.
As transferências unilaterais correntes (registros de transferências de bens e serviços, doações recebidas ou enviadas sem contrapartida) somaram US$ 328 milhões no mês passado e US$ 2,443 bilhões de janeiro a setembro.
Além da conta corrente, os dados do balanço de pagamentos (as transações comerciais e financeiras do Brasil com o exterior) também registram a conta capital e financeira (empréstimos e investimentos). Quando o país tem déficit em conta corrente, precisa cobrir o resultado negativo com empréstimo ou receber investimentos do exterior.
Segundo o Banco Central, o investimento estrangeiro direto, que vai para o setor produtivo, somou US$ 1,816 bilhão em setembro, valor bem abaixo dos US$ 6,241 bilhões registrados no mesmo período de 2008 e inferior ao déficit em conta corrente.
Nos nove meses de 2009, esse investimento somou US$ 17,691 bilhões, contra US$ 30,855 bilhões registrados no mesmo período do ano passado. A projeção do BC é chegar ao final do ano com esses investimentos totalizando US$ 25 bilhões e o déficit em conta corrente em US$ 18 bilhões.