Quem foi criança nos anos 80 se lembra de Daniel Azulay: era aquele cara meio dentuço, de cabelos enrolados, que usava gravata borboleta e suspensórios coloridos, e que ensinava, pela televisão, as crianças a desenhar personagens engraçados.
Quem não foi criança naquela época, deve conhecê-lo agora. Hoje está claro, pra ele, que o mundo não existe sem arte: o papel da arte no mundo é algo não só importante, mas essencial. O Virgula falou com o artista por telefone. Confira o que Azulay está fazendo hoje em dia!
Por onde sua arte tem andado, Daniel?
Japão, Malásia, Sri Lanka, Estados Unidos… Pelo mundo todo!
Onde a gente consegue te ver hoje, pela TV?
Na TV Rá-Tim-Bum você pode ver animações com a Chicória, o Professor Pirajá e toda a turma do Lambe-Lambe!
Genial! E me fala, então, o que você está fazendo atualmente.
Olha, ultimamente eu tenho trabalhado em três frentes: 1) Oficinas de Desenho; 2) Projeto Crescer com Arte; 3) Arte Contemporânea, minhas telas que eu pinto e exponho, e que vêm tendo uma aceitação muito grande pelo mundo afora.
Esse Projeto Crescer com Arte é um projeto social?
Sim. Aqui no Rio de Janeiro eu ganhei um prêmio, Voluntário do Ano, quando quis democratizar a educação artística para as crianças carentes. Em tartarugas, animais abandonados, a gente implanta um chip pra monitorar. Em crianças, não existe isso. E é normal ver criança na rua pedindo comida e sendo explorada por traficantes, por exemplo, e não fazer nada, porque a imagem já está banalizada. Quando essa criança cresce e vira bandido, aquilo foi uma coisa consentida. Todo mundo ficou indiferente, todo mundo tem culpa.
Então o meu projeto é pra dar uma oportunidade para a criança aprender um ofício. A sociedade tem que refletir sobre seus erros. Este projeto está no RJ, em Pindamonhangaba e em Mogi das Cruzes. Eu estou tentando trazer para São Paulo, vou falar com o José Serra. Desenhar traz equilíbrio emocional, valoriza a criança. E é uma coisa que independe de escola, de emprego: bastam lápis, papel e um DVD. Pronto, a solução é simples.
Ontem mesmo eu tive uma reunião com o secretário de Turismo do RJ, pleiteando uma área do Sambódromo para um projeto bacana de geração de renda para jovens.