A crise econômica e o desemprego foram as principais preocupações manifestadas hoje pelos trabalhadores e sindicatos nas manifestações convocadas no mundo todo pelo Primeiro de Maio, com participação irregular e incidentes violentos em países como Turquia, Alemanha e Venezuela.


 


Onde não houve violência, as manifestações ocorreram sob tensão latente, devido à grande preocupação existente pelo aumento do desemprego e pela ineficácia das medidas governamentais para frear a crise.


 


Os principais incidentes aconteceram em Caracas, onde a Polícia venezuelana lançou gás lacrimogêneo nos participantes da passeata convocada pela oposição ao presidente Hugo Chávez, quando alguns de seus participantes tentaram sair do percurso permitido.


 


Os agentes jogarem gases e direcionaram carros antimotim contra o grupo que tentou pular as cercas de segurança para se dirigir à sede do Parlamento, enquanto o prefeito de Caracas, o opositor Antonio Ledezma, denunciou como “provocadora” a presença policial e militar.


 


Em Istambul também houve confrontos entre manifestantes de esquerda que tentavam ir até a praça de Taksim, no centro da cidade, e a Polícia -que utilizou gás lacrimogêneo e água em mangueiras de pressão. Houve diversos presos e feridos, em números ainda não especificados.


 


Na Alemanha, os incidentes ocorreram em manifestações neonazistas convocadas em Berlim, Mainz, Ulm e Hamburgo pelo Partido Nacional Democrático Alemão (NPD) quando dezenas de milhares de manifestantes de esquerda tentaram impedir que eles desfilassem no Dia do Trabalho.


 


A Polícia recorreu aos canhões de água para separar as colunas, depois que grupos isolados de jovens jogaram garrafas e pedras contra a passeata neonazista. O incidente terminou com 20 presos e diversos feridos.


 


O Dia do Trabalho foi celebrado com menos violência mas com grande tensão se celebrou o Dia do Trabalho na França, onde os oito maiores sindicatos se uniram, pela primeira vez na história, no chamado “G8 sindical” para fazer um grande protesto em Paris.


De acordo com os sindicalistas, 160 mil pessoas, saíram às ruas em protesto contra a política do Governo e os empresários que, segundo eles, se aproveitam da crise.


 


Cerca de 300 manifestações foram feitas em todo o país, com palavras de ordem como “Mais emprego justo!” e “A crise são eles; a solução, nós!”, além de críticas ao Governo pelo aumento do desemprego, que já atinge cerca de 2,5 milhões de franceses.


Na Espanha, da mesma forma, dezenas de milhares de pessoas foram às ruas para expressar rejeição a qualquer iniciativa de apoio às demissões ou cortes de salários e benefícios.


 


Os sindicatos reivindicaram um “modelo produtivo diferente”, a reativação da economia e a criação de mais e melhores empregos como mecanismos para combater uma crise que elevou a taxa de desemprego até 17,36% da população economicamente ativa da Espanha, mais de 4 milhões de pessoas.


Eles não especificaram, porém, como todas essas melhorias seriam feitas.


 


Do lado de cá do Atlântico, o Dia do Trabalho teve como marcas, além da violência na Venezuela, a louvação do socialismo em Cuba e a ausência de qualquer ato no México, por medo da gripe suína.


O Governo de Cuba celebrou a data com um desfile presidido pelo presidente, Raúl Castro, na Praça da Revolução de Havana, em que se reiterou o compromisso com o socialismo no ano que marca o 50º aniversário da revolução.


 


Dezenas de milhares de cubanos repetiram a tradicional marcha do Dia dos Trabalhadores com cartazes de apoio ao Governo e slogans conclamando a “trabalhar e ser mais eficientes”.


 


Também houve manifestação em Porto Rico, onde milhares de pessoas participaram de uma passeata em protesto contra um plano que pode supor a demissão de mais de 30 mil funcionários.


int(1)

Crise, desemprego e violência marcam Dia de Trabalho pelo mundo