De acordo com a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) 2008, divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na última semana, o Estado de São Paulo registrou um aumento no número de crianças e adolescentes analfabetos no país. De acordo com a pesquisa, o número de crianças entre 8 e 9 anos que não sabem ler nem escrever subiu de cerca de 56 mil, em 2007, para aproximadamente 79 mil, em 2008.
O estudo ainda apontou que na faixa etária dos 10 aos 14 anos, incluindo crianças matriculadas nas redes de ensino e as que estão fora da escola, o número saltou de cerca de 29 mil para 51 mil. Em relação ao total da população nessa faixa etária, 5,9% das crianças de 8 e 9 anos moradoras do Estado não estavam alfabetizadas em 2008 – o porcentual em 2007 estava em 4%. Já entre 10 e 14 anos houve um crescimento de 0,8% para 1,5%.
Segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo, para a Secretaria de Estado da Educação, essa diferença pode ser explicada por um erro na amostra do IBGE. O secretário Paulo Renato Souza questionou as margens de erro da Pnad.
Em defesa, Ana Lúcia Sabóia, uma das responsáveis pelos indicadores de educação da Pnad, explica que os dados realmente têm uma margem de erro, pois são baseados em amostragem. No entanto, a diferença no número de crianças analfabetas entre um ano e outro não poderia ser explicada pela margem de erro, menor do que a variação observada. Ou seja, para o IBGE, houve crescimento real no período.