Vinho, turismo e qualidade compõem o trinômio da Rede de Capitais de Grandes Vinhedos, que agora completa uma década em Bordeaux, e o que começou como um seleto clube de amantes do vinho se transformou em referência mundial do enoturismo.

“Estes dez anos demonstram que o turismo do vinho se transformou no motor de nossas economias”, assegurou Laurent Courbu, presidente da Câmara de Comércio e Indústria de Bordeaux, entidade que em 1999 lançou a agora célebre rede mundial.

Nesta semana, Courbu recebeu os membros para celebrar o 10º aniversário e a Assembleia Anual da única rede que inclui os chamados “Velho” e “Novo” mundo do vinho. As regiões vitivinícolas que a integram, as mais prestigiosas do mundo, são Bordeaux, na França, Bilbao-Rioja, na Espanha, Cidade do Cabo, na África do Sul, Mendoza, na Argentina, San Francisco-Napa Valley, nos Estados Unidos, Porto, em Portugal, Mainz, na Alemanha e Florença, na Itália. Nesta Assembleia foi aprovada a adesão ao clube de uma nona região, a de Christchurch, na Nova Zelândia.

Os representantes de cada uma delas puderam constatar que o enoturismo não é só uma moda passageira, como imaginavam alguns, mas se transformou em um fenômeno crescente, que inclusive conseguiu escapar à crise.

No caso de Bordeaux, as visitas aos típicos “château”, os castelos, que acolhem as principais adegas da região cresceram 8% desde o início do ano e cada vez são mais os estrangeiros que optam por se aproximar da região no sudoeste da França, segundo a Câmara de Comércio.

O fenômeno se repete nas demais regiões da rede que, em termos aproximados, mobilizam pelo menos 20 milhões de visitantes por ano, que além de fomentar o turismo, apresentam seu grão de areia ao desenvolvimento econômico e cultural de cada uma delas.

Como ocorre há sete anos, a Assembleia da Rede Global de Capitais e Grandes Vinhedos fechou com a entrega dos prêmios “Best Of” ao turismo vitivinícola. São prêmios cobiçados no mundo do vinho que reconhecem o trabalho das adegas de cada cidade-membro que tenha conseguido se destacar em termos de excelência em suas instalações em várias categorias, desde arte e cultura até sustentabilidade no turismo do vinho.

Nesta 7ª edição, entre os agraciados estava a espanhola Bodegas Muga, ganhadora do “Best of” na categoria de “Experiências inovadoras e Práticas Sustentáveis”.

É um “reconhecimento ao trabalho bem feito durante muitos anos”, disse à Agência Efe Isacín Desova, um dos fundadores da empresa familiar que recebe cerca de 20 mil visitas ao ano.

Na categoria de Alojamentos, o prêmio foi para a Algodón Wine States, de Mendoza, na Argentina, pelo “excelente nível do alojamento, a qualidade e o atendimento de um lugar que oferece alojamento, adega, campo de golfe e restaurante, entre outras atividades”, segundo o júri.

O de Arquitetura foi destinado à Quinta de Seixo, do Porto, o de Arte e Cultura, em Clos Colasse, de Napa, o de Práticas de Turismo Sustentável em Weingut Hemmes, de Mainz, o de Restaurante em Rust en Vrede, da Cidade do Cabo, e Castello del Trebbio, de Florença, e por último, o de Serviços de Turismo, ao Château Pape-Clément, de Bordeaux.

Além dos prêmios, a rede organiza seminários, fóruns e degustações, encontros de analistas em investimentos no setor do vinho, e missões técnicas e comerciais. Conta ainda com um serviço de agências de viagem para facilitar as visitas entre as regiões, onde as agências de cada cidade desenvolvem itinerários gastronômicos e do vinho “sob medida” para cada cliente.

No âmbito educativo, a organização lançou bolsas de estudos internacionais que premiam os melhores trabalhos de pesquisa em enoturismo. Como disse o presidente da Câmara de Comércio de Bordeaux ao final da Assembleia, “o que começou sendo um jogo se transformou em algo totalmente profissional”.


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Cresce e se fortalece o enoturismo em todo mundo

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