Segundo o site G1, a embaixada do Haiti em Brasília recebeu mais de 300 pedidos de adoção de órfãos, mas só considera analisá-los daqui há 30 dias, dada a situação gravíssima do país caribenho.
Segundo apuração do site, nesta terça-feira (19), as Nações Unidas e a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República passaram recomendações para que se evite a adoção de crianças haitianas neste momento.
A adoção internacional não deve ocorrer em situações de instabilidade como guerras, calamidades e desastres naturais, por não ser possível verificar o histórico pessoal e familiar da criança que se pretende colocar em adoção, com a atual situação no Haiti, diz nota de Carmen Oliveira, subsecretária para Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente da Presidência da República e presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda).
Segundo a agência EFE, os Estados Unidos conseguiram levar do Haiti para a cidade de Pittsburg, na Pensilvânia, 53 órfãos cujo processo de adoção estava prestes a ser concluído antes do terremoto da semana passada.
As crianças viajaram esta manhã para Pittsburg acompanhados do Governador da Pensilvânia, Ed Rendell. Logo depois, foram levadas para um hospital em Lawrenceville para avaliação.
Os 53 órfãos entraram nos EUA com uma visto temporário e são do orfanato Bresma, de Porto Príncipe, onde havia 130 menores. Espera-se que as demais crianças sejam levadas a Pittsburg posteriormente.
As autoridades americanas pretendem terminar ainda hoje o processo de adoção de muitas dessas crianças. Apesar de muitos documentos terem sido perdidos no terremoto, grande parte dos trâmites já havia sido aprovada pelo Governo do Haiti.
O Haiti não é signatário da Convenção de Haia, que regulamenta e padroniza a adoção internacional, por isso, quem tem o desejo de adotar uma criança haitiana precisa entrar em contato com a embaixada, que vai fazer a intermediação com as autoridades do país.
Antes do terremoto, o Haiti já tinha mais de 380 mil órfãos.