Aos poucos a economia brasileira vai retomando uma trajetória de crescimento e um dos sinais que indica essa mudança de rumo é a procura por crédito, que segundo alguns levantamentos divulgados recentemente, está em alta. No entanto, os bancos privados tiveram uma queda no volume de crédito concedido no primeiro semestre do ano.

A conclusão foi publicada na edição desta quarta-feira (12) do jornal O Estado de S. Paulo. A publicação analisou os balanços financeiros do primeiro semestre de 2009 para ter idéia do impacto da crise no fornecimento de crédito. No final do ano passado, as carteiras de crédito dos três maiores bancos do país (Itaú-Unibanco, Bradesco e Santnader Real) totalizavam R$ 626,6 bilhões. Esse total caiu para R$ 616 bilhões no final do sexto mês de 2009.

O cálculo foi possível após a divulgação do balanço do Itaú na última terça-feira (11). A instituição teve um recuou de 2,2% do crédito. No Bradesco, essa redução chegou a 1,2%, enquanto no Santander Real das carteiras foi de 1,5%.

Para os bancos, o principal motivo para essa redução de empréstimos está ligada à alta inadimplência, resultado da crise internacional. Segundo dados do Banco Central, a média de empresas que deixaram de honrar seus compromissos desse tipo de operação cresceu de 1,8% em dezembro para 3,4% em junho. Entre as pessoas físicas, o salto foi de 8% para 8,6%.

O jornal ouviu dois especialistas sobre o assunto e ambos concordam que este é um movimento normal causado pela crise. Eles reconhecem também que é ruim para a economia, mas é necessário para que os bancos mantenham seus resultados financeiros positivos.

Apesar de tudo, o governo brasileiro não concorda com essa situação. A equipe econômica determinou, mesmo no auge da crise, que os bancos públicos oferecessem mais crédito no mercado. As autoridades esperavam que essa pressão fizesse com que as instituições privadas seguissem o mesmo rumo.

Somente no Banco do Brasil, a carteira de crédito teve um aumento de 7,6% no final do primeiro trimestre deste ano, em comparação com o três seis meses de 2008, saltando para um total de R$ 241,9 bilhões.  Na quinta-feira (13), o banco divulgará o balanço relativo ao segundo trimestre.

Juros em baixa

A Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) divulgou na manhã desta quarta-feira (12) que a taxa das operações de crédito em julho tiveram sua sexta queda mensal consecutiva. A taxa média para a pessoa física caiu de 7,26% em junho para 7,21%, a menor desde dezembro de 2007.

No cheque especial, a taxa média caiu de 7,54% ao mês para 7,44%, a menor da série histórica da Anefac, iniciada em 1995. No comércio, a redução foi de 6,06% para 6,04%, no crédito direto ao consumidor de 2,78% para 2,75%. Já o crédito pessoal em bancos teve queda de 5,30% para 5,26%, enquanto a mesma operação em financeiras a retração foi de 11,17% para 11,09%.


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Crédito em bancos privados caiu no 1º semestre

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