O Comitê de Política Monetária do Banco Central decidiu por unanimidade, nesta quarta-feira (2), manter em 8,75% ao ano a taxa Selic, acompanhando a tendência apontada pela maior parte dos analistas, já que, para eles, a taxa básica de juros da economia nacional permanecerá no mesmo patamar até setembro do ano que vem. A decisão interrompe uma série de cinco cortes consecutivos, que havia se iniciado em janeiro, e o Copom confirma a sinalização de interrupção na série de cortes, apresentada na ata da última reunião.
Mesmo com a manutenção da Selic no menor patamar da série histórica do Copom, iniciada em 1996, o Brasil segue como o quarto colocado na lista dos maiores juros reais (descontada a inflação) do mundo, com 4,5%, atrás apenas de China (7,2% ao ano), Tailândia (5,90% ao ano) e Argentina (4,70% ao ano). A Selic é utilizadea para manter a inflação dentro do sistema de metas. Para este ano e em 2010, o centro é de 4,5% ao ano, com dois pontos de variação positiva ou negativa. O mercado projeta uma inflação (IPCA) de 4,29% e 4,30% nos próximos dois anos.
A justificativa do Banco Central é de que “tendo em vista as perspectivas para a inflação, em relação à trajetória de metas, o Copom decidiu manter a taxa em 8,75%, sem viés”, levando em conta a flexibilização da política monetária e a taxa de ociosidade dos fatores produtivos. O Copom acredita que o patamar “é consistente com o cenário inflacionário benigno”, contribuindo para manter a inflação dentro das metas.