Os efeitos das reduções da taxa de juros básicos (Selic) sobre a atividade econômica ainda não foram totalmente sentidos e “ficarão evidentes ao longo do tempo”. A avaliação consta da ata da reunião da semana passada do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), divulgada nesta quinta-feira (30).

Para o colegiado uma postura mais cautelosa contribuirá para reduzir o risco de “reversões abruptas” da política monetária no futuro. “O Copom avalia que a preservação de perspectivas inflacionárias benignas irá requerer que o comportamento do sistema financeiro e da economia sob um novo patamar de taxas de juros seja cuidadosamente monitorado ao longo do tempo”.

O documento também revela que alguns membros do Copom consideraram que havia “respaldo” para manter inalterada a taxa básica de juros. Entretanto, o colegiado chegou a consenso e reduziu os juros básicos em meio ponto percentual para 8,75% ao ano.

Projeções futuras

Os estímulos à atividade econômica por meio da ampliação de gastos do governo, de incentivos tributários e de reduções da taxa básica de juros (Selic) devem ser “cuidadosamente monitorados” e serão avaliados nas decisões futuras do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC).

O documento revela que as expectativas para a inflação em 2009, 2010 e 2011 continuam em patamar consistente com a trajetória de metas. O centro da meta de inflação é de 4,5% para esses três anos, com margem de tolerância de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Além disso, desaceleração da economia global tem gerado pressões para baixo sobre os preços industriais no atacado. “Nesse ambiente, a política monetária pôde ser flexibilizada de maneira expressiva desde janeiro, sem por em risco a convergência da inflação para a trajetória de metas”.

O Copom também considera que a demanda por produtos e serviços no país, depois de “longo período de expansão”, agora exerce “influência contracionista sobre a atividade econômica, a despeito da persistência de fatores de estímulo, como o crescimento da renda”.


int(1)

Copom avalia que redução de juros ainda não foi sentida na atividade econômica