É comum ver a reclamação de empresários sobre a valorização do real e a invasão dos produtos chineses no Brasil. Eles alegam que as mercadorias originárias da China chegam com preços muito baixos e qualidade bastante inferior aos similares nacionais.
Apesar dos argumentos, uma pesquisa da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex) revela que essa “invasão chinesa” ainda é bastante modesta no Brasil. De acordo com o levantamento, apenas 2,2% do que os brasileiros consomem produtos que são fabricados na China.
A representatividade dos chineses é pequena também nos setores que mais reclamam da concorrência asiática e pedem medidas protecionistas ao governo. No setor de tecidos, por exemplo, a China teve 5,4% da participação no mercado interno, 3,3% no de roupas e 3,7% no de couros e calçados.
Para a Associação Brasileira de Comércio Exterior, a “invasão” ainda é bastante comportada. No entanto, o consumo de produtos chineses teve um crescimento de 214% desde 2003, primeiro ano do governo Lula.
Já para a Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), o efeito das exportações chinesas é devastador principalmente em produtos como jaquetas e bermudas sintéticas. A entidade ressalta também que os números oficiais não levam em consideração o contrabando.