A alta demanda interna foi o que sustentou a economia brasileira no período mais agudo da crise internacional. Dentro desta fatia de consumo, a consultoria Nielsen constatou que foram as camada de menor renda da população, as classes D e E, que puxaram o crescimento das vendas de alimentos e artigos de higiene nos supermercados nos primeiros seis meses do ano.

De acordo com o estudo, a 44 categorias de produtos em um total de 8,4 mil domicílios tiveram um aumento das vendas em 3% no primeiro semestre do ano em relação ao mesmo período do ano passado. Do total deste crescimento, as famílias das classes D e E contribuíram com 50% da variação no período.

“O desemprego se manteve controlado e a confiança do consumidor foi retomada. Com isso, a população de baixa renda voltou às compras”, explicou o executivo de atendimento da consultoria, Sergio Pupo.
Mesmo durante a crise internacional, as classes D e E ampliaram a frequência ao supermercado em 4% e gastaram 5% a mais nas compras durante o período da pesquisa, sendo que a média de crescimento do setor foi de 3%. Essas famílias representam 36% dos lares brasileiros.

Na classe C, a chamada classe média, houve uma redução das compras de 1% em média, mesmo aumentando a frequência ao supermercado em 5%. No entanto, o gasto total acabou sendo 1% maior nos primeiros seis meses do ano.

Pupo explica que o padrão de consumo dos itens vendidos nos supermercados já retomou os níveis pré-crise. Segundo a pesquisa, 42% das categorias apresentaram crescimento no primeiro semestre deste ano e 31%, estabilidade, ante os mesmos meses de 2008.

No primeiros seis meses de 2007 na comparação com o mesmo período anterior, 41% dos itens apresentavam crescimento e 42%, estabilidade. O cenário se reverteu no primeiro semestre de 2008, quando só 21% dos itens vendidos nos supermercados tiveram acréscimo ante o mesmo período de 2007 e 47% estabilidade, nas mesmas bases de comparação.


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Consumo das classes D e E puxaram vendas dos supermercados

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