O Conselho de Guardiães rejeitou nesta terça-feira (16) a anulação da eleição, mas apoiou a recontagem dos votos das urnas em que existam denúncias de irregularidades. A declaração foi feita um dia após o pedido do líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, de que o órgão investigasse as denúncias da oposição de fraude eleitoral na votação que reelegeu o presidente Mahmoud Ahmadinejad com ampla margem.
“Se o Conselho dos Guardiães chegar à conclusão de que foram cometidas infrações como compra de votos ou utilização de carteiras de identidade falsas ordenará uma recontagem”, afirmou o porta-voz do Conselho, Abbas Ali Kadkhodai.
Mousavi que se declarou vencedor após o fechamento dos colégios eleitorais, denunciou ao Conselho de Guardiães que o Ministério do Interior e “um dos candidatos influíram no resultado”.
Os resultados provisórios, que devem ser ratificados pelo Conselho para que a reeleição seja oficial, deram a vitória ao atual presidente com cerca de 62% dos votos contra 34% de Mousavi. Apesar do resultado, as pesquisas de intenção de voto indicavam uma disputa acirrada e com um pequeno favoritismo para Mousavi.
Agências internacionais
Também nesta terça-feira (16), o Ministério de Guia e Orientação Islâmica iraniano anulou as permissões de trabalho das agências de notícia estrangeiras e advertiu que não podem cobrir nenhum ato na rua que não conte com a autorização do órgão.
Através de um fax enviado às agências, o ministério disse que “todas as representações da imprensa estrangeira devem evitar qualquer atividade jornalística sem coordenação e sem permissão do escritório geral dos meios de comunicação estrangeiros e de Guia Islâmica”.
“Não devem participar de nenhum ato que não tenha sido anunciado por parte deste escritório e devem evitar cobrir concentrações que sejam ilegais”, acrescenta.
Funcionários do ministério disseram que não se responsabilizarão pelo que acontecer caso os jornalistas não respeitem a ordem.