Você já imaginou estar num avião e escutar o piloto dizer isso através do alto-falante: “IMAGINO que o problema ja tenha sido solucionado. Partiremos agora para o nosso destino, Cuiabá. Vamos todos com Deus!”
Pois foi o que o DJ André Juliani ouviu de dentro de um Fokker 100. O avião tinha pousado normalmente numa escala em direção a Cuiabá. Mas no voo todos estavam apreensivos: “Pouco antes de fazermos a primeira escala, um som estranho vindo da turbina (Fokker 100 só tem uma) deixou todo mundo apreensivo. Foi um estalo que parecia um som de ferro batendo contra ferro.”
Essa é só uma das muitas histórias de sustos que pessoas que já viajaram de avião tem para contar. O fato de que o avião é o meio de transporte mais seguro que existe, mesmo com terríveis tragédias como a do voo da Air France, não impede de muita gente de passar por momentos de tensão no ar.
A jornalista Tarina Hackradt conta que uma vez, voltando da Itália, “começou uma turbulência e um vai-e-vem de comissários no corredor. os passageiros ficaram meio desconfiados, mas, por mais que se perguntasse, ninguém dizia nada.”
Eles pousaram na Ilha do Sal, em Cabo Verde, perto da região onde caiu o Airbus da Air France. “Na descida, não se via nada, era madrugada, mas pousamos em segurança. Quando já estávamos em solo, o comandante explicou que o sistema de radar do avião tinha sofrido uma pane. Por estarmos em uma rota “agitada” e com pontos de instabilidade, ele achou melhor interromper o voo e esperar amanhecer para seguir viagem.”
Outra jornalista, Jan Rocha, com décadas de experiência de voos, passou um dos maiores sustos de sua vida a bordo de uma aeronave. O ano era 1977.
“Eu estava num voo do Varig, voltando de Foz de Iguacu para Sao Paulo. Tinham acabado de servir o jantar e uma aeromoca estava passando com o carro de bebidas (naquele tempo a comida e bebida a bordo era farta). De repente, sem aviso, o aviao deu um pulo. E depois outro. Eu lembro que as bandejas com comida foram todas para o chão,
o carro de bebidas caiu e garrafas rolaram pelo chão.”
“Algumas pessoas vomitaram. Eu já tinha acabado de comer, nao senti enjôo, mas senti medo. Ninguem falava. O piloto avisou, um pouco tarde, que estávamos atravessando uma zona de turbulência. Passaram alguns minutos e saimos da turbulência. Todo mundo respirou aliviado, mas muitos perderam a vontade de continuar jantando.”
O DJ Anderson Noise é outro que contabiliza milhas de monte. É claro que ele tem algumas histórias de medo no ar para contar. “Uma vez indo de São Paulo para Londres enfrentei uma turbulência muito tão violenta que os maleiros abriram e caíram malas e bolsas em cima das pessoas. Vi gente pulando do assento.”
E ele tem medo de avião por causa disso hoje? “Medo não tenho, mas penso muito no meu filho, é só isso que me preocupa se acontecer alguma coisa.”