O circo está realmente fechado. As concessões foram cortadas e a tal exclusividade ficará para outra Copa do Mundo. Difícil (para não dizer impossível) em grupo tão grande como a da seleção brasileira conseguir algo diferente; a restrição de Dunga e seus aliados é para que nada fuja do programado.
Algumas observações têm de ser feitas: a Confederação Brasileira de Futebol, historicamente, NUNCA teve uma cartilha a ser seguida. A decisão fica nas mãos de quem está no comando técnico ou do perfil dos jogadores convocados. Em 2006, chegou-se à conclusão que a abertura dos treinos significou bagunça.
Planejamento nunca foi marca da CBF: os títulos e o sucesso do futebol brasileiro passam por clubes formadores, muitos negócios e pela paixão do povo.
A seleção elegeu o culpado pelo oba-oba: a imprensa. Eu imagino o que grandes atletas de vôlei, basquete, futsal, atletismo fariam para conceder entrevistas e divulgar seus feitos.
O Brasil provavelmente seja o único país do mundo em que exista a monocultura esportiva – este é o alimento da CBF que consegue patrocínios milionários. Fábulas que jamais teremos ideias. Não se tem notícia de nenhum tipo de investimentos ou repasses destas verbas para clubes ou algo relacionado à organização do futebol brasileiro.
Todo o cenário descrito explica os primeiros dias de preparação brasileira em Curitiba. A liberação dos jogadores da Inter de Milão para curtirem o título da Copa dos Campeões, na Itália, está longe de se transformar em um problema.
Foi apenas uma concessão. UMA. Quantas mais serão feitas?
VAZOU
A chiadeira já começou: existem patrocinadores preocupados e descontentes com a pequena exposição de suas marcas. Cadê as estrelas?
A chuteira que o Robinho beija no comercial não está nas emissoras. O refrigerante de Luis Fabiano não aparece. A camisa de Kaká ninguém vê.
Sabemos que nesse tipo de negociação existem “amarrações”: ninguém compra um produto se não for interessante como já demonstram as cláusuras destes contratos feitos por empresas/CBF. Normalmente são sigilosos.
Se tiver, sejam quais forem, que não interfiram no planejamento de DUNGA. Certo ou errado tem de ser respeitado.
O retorno que terão em caso de uma conquista do mundial será infinitamente maior do que essas exposições que não acrescentam absolutamente nada. Tem coisa mais chata do que transmissão, por horas, dos treinamentos da seleção??
Isso sempre dá uma boa discussão com os amigos: alguns (maioria) acham que os repórteres precisam de liberdade, necessitam de contato direto com os atletas, faz parte da cultura do futebol brasileiro.
Na Europa é diferente. Nos clubes, a postura é parecida com a que estamos tendo agora na seleção. Prefiro assim: os bons profissionais conseguirão seus objetivos mesmo em coletivas.
Na Copa de 2006, o Brasil NÃO deixou de ganhar pela imprensa. Perdeu porque a comissão técnica aceitou jogadores acima de 100 quilos, não se preocupou em corrigir defeitos encobertos pelas vitórias e confiou que em algum momento sempre fosse aparecer quem resolvesse.
Colaboração: Raphael Prates