Negro da Gaita. Era ele. Quando entrei no site do Jóquei Clube, tive certeza. Negro da gaita seria o grande vencedor do Grande Prêmio Latino Americano.
Chegamos debaixo de um sol cruel, fomos assediados por Christian Pior, meu acompanhante foi barrado por não estar de gravata e então sentamos na mesa do bar. Fizemos nossas apostas. Eu estava convicta que Negro da Gaita ganharia. Com o dinheiro, compraria um cavalo e batizaria de Virgula. Ou Cráudia. Ou Ô. Vai, Ô!
Os freqüentadores simpatizaram comigo imediatamente. Eu estava cheia de carisma e acreditava no Negro da Gaita. Tentamos também trifetas e quadrifetas, com Flymetothemoon, Quadriball e Raja Diabla.
Eu falava como todo mundo das mesas próximas tentando aprender alguma coisa. Fui descobrindo que todo mundo também acreditava no Negro da Gaita. Confiante, apostei mais uma vez nele. Vai, meu Negro!
E fui aprendendo aos poucos que não é assim que se vira apostador. No sétimo páreo, o Jóquei caiu de todos os cavalos que eu tinha apostado e eu me fodi. Fiz muitos amigos nesta lamentação. Ficamos para os próximos, que não faziam parte do grande prêmio mas que diabos, já estávamos bebendo uísque e fazendo amigos, mal não ia fazer.
Perdemos tudo que apostamos. Ganhei um button que me dava acesso à àrea das senhouras de chapéu e fui com minha nova amiga ver o que estava rolando por lá. O clima era de desolação. O negro desapontara a todos nós. Minha amiga, mais bêbada que eu, arrumou um argentino que grudou no pé e tratamos de dar no pé, depois da minha amiga pagar minha conta que foi surpreendente.
O grande vencedor foi Hot Six. No seu rabo, Hot Six.
Se alguém começar a ganhar eu aposto. Da próxima vez eu fico só olhando.
