A febre do momento na internet é o Twitter. Por ele que surgiram as primeiras informações sobre a morte de Michael Jackson. Foi por meio dessa ferramenta também que o presidente do Palmeiras, Luiz Gonzaga Beluzzo informou a imprensa que a negociação para contratar o treinador Muricy Ramalho não deu certo. Nos Estados Unidos, o astro do basquete, Shaquille O’Neal, costuma atualizar seu Twitter durante as paridas da NBA.
Agora, o uso dessa novidade chegou também no mercado financeiro. Tanto que uma empresa norte-americana de Tecnologia da Informação desenvolveu um software para filtrar em tempo real as informações que circulam pelo Twitter. Tudo isso para conseguir saber antes dos outros quais dados que podem influenciar nas decisões de comprar ou venda de ações.
A rede social é formada por microblogs que permite a troca de mensagens curtas, com até 140 toques, e que pretendem responder a uma simples questão: o que você está fazendo? A revista América Economia publicou em seu site uma matéria sobre o uso do Twitter por empresas do setor financeiro.
Informação e Manipulação
Um caso que a reportagem cita é do assessor de investimentos do Banco Fator, Alfredo Sequeira Filho. Ele entende que esse assunto pode ser compreendido através de dois pontos de vista. “Com o fim do pregão, criou-se uma lacuna na circulação de informações entre as corretoras. Neste aspecto, o Twitter é positivo, pois cria um novo canal. Por outro lado, pode ser usado para manipular informações”.
No entanto, Siqueira destaca que a grande sacada é conseguir diferenciar os dados que são confiáveis das especulações. “Claro que é necessário fazer uma análise precisa e segura das informações, já que nem sempre 140 caracteres são suficientes”. Apesar de destacar a importância, o Banco Fator ainda não está presente no Twitter, pois considera a empreita arriscada.
Não é o caso da corretora Spinelli, que criou recentemente o microblog do InvestBolsa (sistema usado pelos clientes para operar no mercado a partir de suas residências). A página no Twitter já conta com 1,4 mil seguidores e a cada dia ganha até 30 novos usuários. “O Twitter foi por diversas vezes o primeiro canal a divulgar informações, antes mesmo que as mídias tradicionais o fizessem”, destacou o responsável pela área de Home Broker da Spinelli, Rodrigo Puga.
Mas Puga também tem preocupação com as manipulações. Por isso, ele recomenda que os investidores busquem fontes com credibilidade e siga somente os Twitters de empresas respeitadas no mercado. “Pessoas com mais seguidores têm mais credibilidade e acabam se tornando formadoras de opinião para qualquer mercado, inclusive o financeiro”.
Dica
Um exemplo claro disso aconteceu na semana passada. Por meio do Twitter, muitos investidores ficaram sabendo que o banco UBS Pactual havia elevado a recomendação referente às ações da Petrobras. Com isso, diversos investidores definiram suas posições de compra ou venda dos papéis da estatal.
Na onda do Twitter, já surgiu nos Estados Unidos o StockTwits. O site usa a mesma plataforma de comunidade, mas é voltada para que investidores troquem informações rápidas e em tempo real sobre quais ações estão comprando e vendendo, além de dicas sobre o mercado e possíveis tendências. Neste caso, a pergunta a ser respondida é: o que você está negociando?
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