A representação do Governo de facto de Roberto Micheletti reconheceu hoje o fracasso do diálogo com a comissão do deposto presidente de Honduras, Manuel Zelaya, que o deu por terminado à meia-noite da quinta-feira.
“Temos conhecimento que as propostas – da comissão de Micheletti – foram totalmente rechaçadas” pela representação de Zelaya, ressaltou hoje Vilma Morales, da equipe de trabalho do regime de facto, ao ler uma declaração da representação.
Acrescenta que das dez propostas no diálogo que se retomou no último dia 7, com o acompanhamento da Organização dos Estados Americanos (OEA), seis foram apresentadas pela comissão de Micheletti e quatro pela de Zelaya.
Todas as iniciativas se centravam no ponto mais importante, a restituição de Zelaya na Presidência, da qual foi cassado e tirado do país dia 28 de junho passado. “Em vista do anterior, esta comissão lamenta dita disposição” de Zelaya, enfatizou Morales.
Acrescentou que a representação de Micheletti deixou “clara” sua vontade e compromisso “com o diálogo desde o começo” e que continuarão “sempre mantendo vivo” esse “compromisso” e essa “vontade”.
“Não podemos expressar nada menos que nosso pesar por não haver podido concluir satisfatoriamente as conversas pela intransigência do outro lado da mesa do diálogo”, conclui a declaração da comissão de Micheletti, que hoje permaneceu o dia todo no hotel onde se celebrou o diálogo.
Outro membro da comissão do regime de facto, Arturo Currais, disse a jornalistas que eles não encerraram o diálogo e que confia em que agora se podem abrir outras opções.
“Vão se abrir outros espaços”, cotou Currais, enquanto Morales expressou: “Nós não concluímos, eles deram por concluído e assim o expressaram”.
Zelaya permanece na Embaixada do Brasil desde 21 de setembro. De lá anunciou hoje que estava denunciando à OEA e as Nações Unidas que o diálogo tinha fracassado por culpa de Micheletti.