Começou há pouco a reunião em que o governo vai definir a proposta brasileira para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, em dezembro, em Copenhague (Dinamarca).
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está reunido com representantes das áreas ambiental e econômica do governo para bater o martelo sobre o quanto o país está disposto a reduzir das emissões nacionais de gases de efeito estufa em relação à tendência atual de crescimento.
Além da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e dos ministros do Meio Ambiente, Carlos Minc; das Relações Exteriores, Celso Amorim; e da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, que participaram da primeira reunião, em meados de outubro, estão no encontro de hoje (3) os ministros de Minas e Energia, Edison Lobão; e da Agricultura, Reinhold Stephanes.
Um grupo de manifestantes aguarda o fim da reunião para entregar a Lula e a Minc uma carta com reivindicações da sociedade civil para que o Brasil assuma posição de liderança na negociação internacional. O grupo, da campanha Tictactictac, pede a intervenção do presidente para que o novo acordo do clima não se restrinja a uma carta de intenções e seja realmente um compromisso com força de lei internacional, de acordo com o texto.
O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e os secretários executivos dos ministérios da Fazenda, Nelson Machado, e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Ivan Ramalho, também participam do encontro que vai definir a posição do Brasil para Copenhague. O secretário executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, Luiz Pinguelli Rosa, representa a sociedade civil na reunião.
Até agora, há consenso sobre a redução do desmatamento da Amazônia em 80% até 2020. O Ministério do Meio Ambiente defende redução de 40% das emissões nacionais até esse prazo, ma data, mas enfrenta resistências do Ministério da Ciência e Tecnologia e do Itamaraty. Além disso, a redução nesse patamar considera o crescimento econômico de 4% ao ano. A ministra Dilma pediu cenários com crescimento de 5% e 6% ao ano.
Começou ontem (2) em Barcelona (Espanha) a última rodada de negociação antes da conferência de Copenhague. O negociador-chefe da delegação brasileira, embaixador Luiz Alberto Figueiredo, também participa da reunião com o presidente Lula e deve seguir para a cidade espanhola em seguida.