O julgamento contra a cidadã brasileira que disse ter sido vítima de um ataque de xenofobia e que depois confessou ter inventado a história começou nesta quarta (16) na cidade suíça de Zurique.
Em sua primeira declaração ao juiz do tribunal de Zurique, Paula Oliveira se retratou de sua confissão e negou que tivesse inventado a agressão.
“Fui agredida. Esta versão dos fatos correspondem à verdade que tenho registrada em minha cabeça”, disse.
A jovem advogada disse que confessou ter inventado a história “para que o assunto fosse fechado o mais rápido possível”.
Durante todos os meses desde o incidente, em fevereiro, até o momento, Paula Oliveira esteve submetida a tratamento psiquiátrico.
Nesta quarta, o Ministério Público suíço reiterou que Paula Oliveira mentiu às autoridades e as induziu ao erro, por isso solicitou que a acusada seja condenada e receba liberdade sob fiança.
O Ministério Público pede uma pena de 180 dias de multa, à razão de 30 francos diários (19,83 euros), mais uma segunda de mil francos (606 euros).
Além disso, pede que a brasileira assuma os custos do processo.
Paula Oliveira, que reside legalmente na Suíça, denunciou em 9 de fevereiro ter sido vítima de um ataque xenófobo na estação de Zurique, e por isso teria sofrido um aborto e perdido os gêmeos que esperava.
O caso causou polêmica no Brasil e as autoridades brasileiras exigiram que a Suíça fizesse tudo o necessário para encontrar e julgar os supostos culpados.
No entanto, o caso deu uma reviravolta quando, quatro dias depois da suposta agressão, os médicos legistas determinaram que a própria Paula tinha feito as marcas a navalha que apresentava pelo corpo.
Além disso, descartaram que ela estivesse grávida no momento do incidente.
Segundo o relato da jovem, três “skinheads” a atacaram e fizeram marcas em seu corpo com um objeto cortante, gravando na pele da brasileira a sigla SVP, que são as iniciais em alemão do partido ultradireitista suíço.