Durante o período mais agudo da crise, quando a falta de crédito afetou o crescimento da economia brasileira, o Governo Federal pressionou os bancos estatais a manterem ou até mesmo a ampliarem o fornecimento de financiamentos para pessoas físicas e jurídicas. Essa ação da equipe econômica fez com que as instituições públicas avançassem no ranking do setor.
De acordo com os números do balanço divulgado pela Caixa Econômica Federal, referente ao segundo trimestre deste ano, o banco registrou o período o maior volume de empréstimos de sua história, atingindo um total de R$ 99,2 bilhões em junho deste ano, o que representa um aumento de 56,1% ante o mesmo mês do ano passado.
Os dados constam em uma reportagem da Folha de S. Paulo desta segunda-feira (17). Segundo a publicação, o volume de crédito, em média, teve uma expansão de 19,7% na comparação entre os mesmos períodos.
Um dos fatores que contribuiu para o crescimento da Caixa foi o crédito imobiliário. O exemplo mais claro é o programa Minha Casa, Minha Vida, considerado prioritário pelo governo do presidente Lula. Somente para este tipo de financiamento o banco destinou R$ 17,4 bilhões no semestre, o que representa uma alta de 90% em relação a 2008.
Com isso, a Caixa encerrou o segundo trimestre do ano com lucro líquido de R$ 706 milhões, uma alta de 56,2% em relação aos R$ 452 milhões obtidos no período anterior. Com esse desempenho, a instituição praticamente empatou com o Santander no quarto lugar no ranking de ativos dos bancos no país.
O resultado dos bancos estatais serve para aumentar a polêmica gerada entra as instituições privadas e membros da equipe econômica. Os banqueiros consideram arriscada a intenção do governo de reduzir os juros dos bancos estatais durante a crise, alegando que isso pode gerar problemas no futuro para eles.