Eis que fui ao site da NME pra ver se algo prestava (o que é raro). Destaque: Grace/Wastelands, novo disco solo de Peter Doherty. Nunca fui grande fã, sempre achei que ele devia era escrever uns livros e parar de usar tanta droga – não que eu possa falar, enfim. Mas resolvi ouvir. Fui ao MySpace e ouvi Sweet By and By e desde então meu ipod já tocou essa música, enquanto escrevo este parágrafo, exatamente 111 vezes (contra 4 ou 5 das outras, ou seja: OBCEQUEI).

Algumas dessas 111 vezes foram demonstrações para amigos que também ficaram abismados com *aquilo* ser *Peter Doherty*. Os mais racionais e duros, mais críticos e menos apaixonados, provavelmente vão achar o mesmo chororô de antes, só que bem produzido (Stephen Street, que já produziu Smiths e Blur) e com bons músicos convidados (como Grahan Coxon) alegando que a grande diferença de Grace/Wastelands são a sobridade de Peter e suas companhias. Isso pra quem não tem coração e não fica tocado pela vozinha dele arranhada de crack ou a letra de Sweet By And By: “was it so long ago/when you said you loved me so/and with kisses untold your love would unfold/oh my, where did you go, I don’t know, you didn’t say goodbye/ where did you go I don’t know why, you left me wondering if love is just a lie”.

Eu, que sou uma dessas apaixonadas que se atira em abismos, chorei ouvindo isto, ainda mais no momento em que tinham acabado de fazer xixicocô na minha vida. Fui pro pub e escrevia as letras nos braços tomando Jack Daniel’s até que um amigo salvou a minha vida e eu voltei ao normal, tanto que estou aqui até mais ou menos conseguindo escrever sobre toda essa dor de cotovelo, minha e o Peter. Fica assim não, Peter. Deixa que eu levanto o seu queixinho e quando a Kate souber ela fica lá roendo cotovelo enquanto nós fazemos tatatataitai pelas ruas de Londres.


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Clarah Averbuck comenta ''Grace/Wastelands'', novo disco solo de Pete Doherty