O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, afirmou nesta segunda-feira (7) que “começaram a chegar” ao país “milhares dos mísseis” comprados da Rússia como parte do plano de modernização do armamento da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB).
“Começaram a chegar milhares dos mísseis. Poucos países têm a dotação que nós temos dos Igla-S”, declarou Chávez durante um ato oficial na sede do Governo.
Os sistemas antiaéreos portáteis Igla-S são usados para abater aviões táticos, helicópteros, aviões espiões não tripulados e mísseis de cruzeiro de dia e de noite, segundo dados do fabricante russo Rosoboronexport.
“E por aí vêm os tanques, os T-72 para fortalecer nossas colunas blindadas, e os helicópteros”, acrescentou o chefe de Estado.
O Governo do presidente russo, Dmitri Medvedev, aprovou neste ano um financiamento de US$ 2,2 bilhões à Venezuela para despesas em armamento, o que tornou viável a compra do sistema Igla-S e de 92 tanques T-72, informou Chávez em setembro.
Nos últimos anos, a Venezuela passou a ser o maior cliente da indústria militar da Rússia na América Latina, com a aquisição de 100 mil fuzis AK-103, 24 caças-bombardeiros Sukhoi-30 e 50 helicópteros MI-17, M-26 e M-35, tudo isso por cerca de US$ 3 bilhões, segundo fontes russas.
O presidente venezuelano insistiu nesta segunda-feira em que precisou recorrer à Rússia depois de os Estados Unidos “se negarem” a fornecer o armamento tradicionalmente comprado pela Venezuela.
Em maio de 2006, os EUA suspenderam a venda de armas e material militar à Venezuela por considerar que o país não coopera suficientemente na luta antiterrorista, o que Caracas rejeitou e condenou.
Segundo Chávez, a melhor maneira de “evitar uma guerra” é “preparar-se para ela” e, por isso, está modernizando as Forças Armadas do país, principalmente diante da “ameaça” que o convênio militar assinado entre Bogotá e Washington representa para a Venezuela.
Esse acordo permitirá que militares americanos usem pelo menos sete bases colombianas na luta contra o terrorismo e o tráfico de drogas, segundo Bogotá e Washington.
“Ninguém (está) mais longe do desejo de uma guerra que este soldado que está aqui, e menos ainda com a Colômbia”, afirmou Chávez.