O uso da fibra de carbono na fabricação de carros de corrida pode diminuir com os avanços nas pesquisas da universidade inglesa de Warwick, que criou um bólido de Fórmula 3 com matérias-primas como cenoura, soja, batatas e juta.
O projeto World First Racing, apresentado hoje ao público em Valência no primeiro dia do Grande Prêmio da Europa de Fórmula 1, pretende demonstrar a validade dos materiais procedentes de fontes renováveis nas condições mais exigentes de uso.
Quem está à frente deste projeto é James Meredith, um engenheiro com uma “considerável experiência” na indústria automobilística, junto com a supervisão de Kerry Kirwan e Steve Maggs.
De acordo com fontes do Instituto Tecnológico del Plástico (Aimplas) espanhol, que colabora nas pesquisas, a iniciativa “reduz a dependência do petróleo para a fabricação de polímeros e aposta nos processos produtivos mais sustentáveis”.
Para os responsáveis pelo projeto, a indústria automobilística precisa ser mais sustentável do ponto de vista ambiental e evitar “qualquer perda no rendimento”.
Junto ao carro, um grande painel explica cada uma das partes do veículo e sua procedência. O assento do piloto, por exemplo, é feito de “fibras de linho, óleo de soja e tecido de espuma de poliéster reciclada”, enquanto os espelhos e o aerofólio foram fabricados a partir de fécula de batata e fibra de linho.
Este último material também compõe os painéis laterais junto com resina de garrafas recicladas; o motor é de dois litros, abastecido com biodiesel, e o volante é feito de polímeros derivados da cenoura e de outras hortaliças de raiz.
Segundo Enríque Díaz, da Aimplas, esta iniciativa pretende demonstrar que é possível fabricar “um carro de competição sustentável a partir de materiais oriundos de fontes renováveis, com materiais recicláveis que respeitam o meio ambiente”.