Parlamentares da oposição e da base aliada no Senado se reúnem na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na manhã desta terça-feira (18) onde a ex-secretária da Receita Federal, Lina Vieira, deve prestar esclarecimentos sobre o suposto pedido da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, para que acelerasse as investigações sobre a família Sarney.
O senador ACM Júnior (DEM-BA) trouxe por escrito uma série de perguntas que pretende fazer à secretária, entre elas, se Lina comunicou ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, seu superior hierárquico, o suposto pedido de Dilma e se ela aceitaria uma acareação com a ministra. Segundo o parlamentar, a apresentação de um requerimento de convocação da ministra para depor na CCJ dependerá do depoimento de Lina.
Na base aliada, o líder do PT Aloizio Mercadante (PT-SP) disse que o primeiro questionamento que fará será ao presidente da CCJ Demóstenes Torres (DEM-GO). Ele quer saber o que ocorreu na última semana que levou Demóstenes a colocar em votação o requerimento de convite à ex-secretária, quando a sessão já estava em fase final de trabalho e com poucos parlamentares presentes. “Houve quebra de entendimento na CCJ. Isso aconteceu no final de sessão, fato que nunca ocorreu na comissão.”
Já o líder peemedebista, Renan Calheiros (AL) afirmou que o partido não tem estratégia para o depoimento. “Não tem como orientar o comportamento. Vamos colaborar para esclarecer o episódio.”
Pedido de suspensão
No início da sessão, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), protocolou um requerimento com o pedido de suspensão do depoimento da ex-secretária. Jucá argumentou, no texto, que a CCJ não é o foro adequado para que os senadores tomem o depoimento da ex-secretária.
O presidente da CCJ, Demóstenes Torres (DEM-GO), terá que colocar o requerimento em votação se os governistas insistirem na sua análise.