A cineasta britânica Andrea Arnold abriu nesta quinta-feira (14/05) a disputa no Festival de Cannes com Fish Tank, uma crônica da adolescência com carências afetivas que, enquadrada na tradição de Ken Loach e Mike Leigh, não esteve à altura das ilustres referências.
Fish Tank conta a história de Mia, uma jovem que vive em Essex dentro de uma família desestruturada. Levando em conta que cresceu em um ambiente de hostilidade sentimental, acaba se deixando fascinar pelo primeiro homem que se dirige a ela com um mínimo de doçura, embora este seja o namorado da mãe.
“Acho que o trabalho de Andrea funciona com personagens que fazem coisas muito discutíveis e é interessante que as pessoas saiam do cinema com dúvidas morais”, resumiu o ator Michael Fassbender – que também participa de Inglourious Basterds, de Quentin Tarantino -, na entrevista coletiva posterior à exibição.
No entanto, na saída da projeção de Fish Tank, os rumores gerais indicavam pouco entusiasmo, insistindo em que sua colocação de cinema social apresentava poucas novidades.
Arnold, no entanto, defendeu sua obra. “Eu deixo os personagens viverem. Antes de fazer o filme, vi muitos documentários na televisão e, de alguma maneira, me fascinei com a realidade. Fiquei muito interessada pela adolescência, essa época na qual não se é nem uma criança nem um adulto”, disse.