O mercado do futebol brasileiro apresentou uma mudança em suas camisas nesta temporada. No entanto, a alteração com o loteamento do uniforme não significa uma evolução na relação empresas/agremiações do país. Um exemplo dessa ação é o Corinthians, que entra em campo com cinco logomarcas. O mesmo acontece com o Londrina que tem contrato com nove instituições.
Essa política adotada pelos times mostra que o mercado brasileiro se adaptou apenas a expor as marcas e não realizar ações com os clubes. No exterior, nas bem sucedidas ligas esportivas mundiais, como a NBA, a política utilizada é bem diferente.
“Os uniformes da NBA não têm nenhum patrocinador, nenhuma marca. Os parceiros aparecem com os jogadores apenas quando eles estão no banco, não na quadra, observa Amir Sommogi, diretor da Casual Auditores Independentes.
Um dos principais problemas apontados nessa relação, que acabam com o loteamento da camisa, é a falta de profissionalismo do marketing dos times. Os maiores culpados – e também os mais prejudicados – são as próprias parceiras das agremiações.
Sem dúvida os principais culpados são as empresas. Se formos pensar que a marca tem um departamento de marketing profissional, não podemos isentar eles de uma culpa maior. Mas, eles acabam prejudicados por essa falta de ações de marketing, e com o excesso de nomes nas camisas, afirma Sommogi.
Outro fator são os contratos fechados com os clubes sem um planejamento de ação de marketing em conjunto com os parceiros. Sempre em situação financeira delicada, os clubes acabam aceitando a proposta do patrocinador.
Segundo Sommogi, especialista no mercado do futebol, a Europa apresenta um cenário diferente que deveria ser adaptado pelos brasileiros. Clubes como o Real Madrid, que fez grandes compras de jogadores para a próxima temporada, não está cometendo loucuras e, sim, investindo em um valor que será recebido de volta com a exploração da marca.
Eles importam, a gente exporta. Essa é a diferença. No entanto, os clubes deveriam fazer um intercâmbio e aprender uns com os outros. Na Europa, eles exploram muito bem as marcas. Deveríamos aprender a desenvolver nosso marketing esportivo com eles. E nós poderíamos ensiná-los a formar jogadores, explica o especialista.