O número de famílias com rendimento per capita de até meio salário mínimo caiu quase 10 pontos percentuais em dez anos, passando de 32,4%, em 1998, para 22,6%, em 2008. A constatação faz parte do estudo Síntese de Indicadores Sociais, divulgado nesta sexta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo a pesquisa, no entanto, no ano passado, metade das famílias brasileiras ainda vivia com menos de R$ 415 per capita, enquanto mais da metade das mulheres sem cônjuge e com todos os filhos menores de 16 anos vivia com menos de R$ 249 per capita.
Outro dado da pesquisa é de que, apesar das melhorias, 44,7% das crianças e adolescentes de até 17 anos viviam, em 2008, em famílias com renda per capita de até meio salário mínimo e 18,5%, de até um quarto do salário mínimo.
O estudo mostra que a queda da taxa de fecundidade levou ao aumento da proporção de casais sem filhos entre 1998 e 2008, de 13,3% para 16,7%. No período, também cresceu a proporção das mulheres que se declararam pessoa de referência do domicílio, mesmo com a presença de um cônjuge (2,4% para 9,1%). Do mesmo modo, subiu de 4,8% para 11,8% o percentual de mães de 18 a 24 anos que são a pessoa de referência na família.
Segundo a pesquisa, em dez anos, dobrou a proporção dos jovens cursando o ensino superior, de 6,9% para 13,9%. “No grupo de 16 a 24 anos, aumentou, de 38,1% para 49,1%, o percentual daqueles que ganhavam mais de um salário mínimo e diminuiu de 38,9% para 28,8% o percentual de jovens trabalhando mais de 45 horas semanais”, destaca o estudo do IBGE.