O torcedor mais jovem com certeza já teve que ouvir dos pais e avós que, em outras décadas, os jogadores jogavam por amor à camisa e não havia clima de guerra nos estádios. De fato, eles estão certos, pois a cada temporada que começa vemos cenas inimagináveis e que nos levam a crer que os atletas andam perdendo (e usando, no caso de Zidane) a cabeça mais do que deveriam.
Para provar o destempero de alguns atletas, a equipe do VirgulaEsporte volta alguns anos no tempo, e elege as cinco grandes deslizadas de atletas dentro dos gramados nesta década.
Cuspe cruzado
Brasileiros e paraguaios disputavam três importantes pontos na corrida para o mundial do Japão e da Coreia do Sul. Ao menos dois atletas pareciam não se dar conta que ali já era praticamente um jogo de Copa. Chilavert e Roberto Carlos protagonizaram uma cena deplorável quando um se aproximou do outro e trocaram insultos. O lateral chamou o goleiro de “índio”. O paraguaio cuspiu na cara do lateral. Detalhe: em frente às câmeras.
Careca nocauteadora
Decisão de mundial. Duas das grandes seleções do planeta em campo. Todos os olhos voltados para a partida. O que se esperar de Zinedine Zidane, o maior craque francês da história e esperança para a conquista do bicampeonato da Copa sobre os italianos? Duas cabeçadas deram o título para a França na Copa de 1998; uma cabeçada valeu o cartão vermelho no Mundial de 2006. Materazzi, defensor da Azzurra, começou a puxar o uniforme de Zidane, que respondeu: “Se quer tanto minha camisa, depois do jogo eu te entrego”. O zagueiro não curtiu a brincadeira e respondeu: “Prefiro a puta da sua irmã”. Zizou irritou-se e desferiu uma cabeçada no peito do oponente.
André Luís, o destemperado da década
O defensor que hoje está no São Paulo confirmou sua personalidade explosiva em passagem pelo Botafogo na temporada 2008. Dois episódios em especial marcaram a carreira do zagueirão fazendo-o figurar entre os esquentadinhos da década. Pela Copa Sul-Americana, André Luís não gostou de uma marcação do árbitro da partida entre Fogão e Estudiantes e, simplesmente, roubou o cartão da mão do juiz para repreendê-lo. No mesmo ano, pelo Brasileirão, em jogo disputado em Recife contra o Náutico, o camisa quatro alvinegro foi expulso de campo e criou confusão com a torcida do Timbu, tendo de ser retirado do gramado por meio da força policial, que chegou a dar voz de prisão ao atleta.
Batalha campal
No último ano da década, depois de tantos episódios desagradáveis para as páginas do esporte, ainda existiu espaço para mais um capítulo de perda do bom senso. Na semifinal da Copa Sul-Americana entre Fluminense e Cerro Porteño, no Maracanã, os ânimos se exaltaram ao extremo. O Flu perdia o jogo, e com uma virada heróica nos minutos finais, estava perto da classificação. Após o gol, um gandula do Maraca atrasou uma reposição de bola em poucos segundos e foi o suficiente para enfurecer os paraguaios, que partiram para a agressão. Para defender o gandula, os atletas do tricolor partiram para cima dos adversários e o que se viu no gramado foi uma verdadeira pancadaria. Sobraram socos e pontapés para todos os lados.
Zagueirão estourado
Imagine se cada jogador de futebol partisse para as vias de fato cada vez que um torcedor criticasse o seu desempenho em uma partida… Pois é, foi o que aconteceu na Premier League deste ano, na partida entre Tottenham Hotspur e Wolverhampton. Contrariado por perder de 1 a 0 para o adversário, o zagueiro camaronês Benoit Assou-Ekotto não gostou de ouvir reclamações de um fã dos Spurs e entrou nas arquibancadas para, literalmente, socá-lo. Pessoas próximas tiveram de intervir para que a situação não piorasse.