O Sorriso Maroto, grupo carioca formado por Bruno (vocais), Cris (pandeiro e vocais), Fred (surdo), Sérgio Jr. (violão e vocais) e Vinícius (teclado e vocais), está na cena musical há 11 anos e meio, e agora lança seu sétimo álbum, Sinais.
Mesmo tendo bastante tempo de estrada, a banda é considerada uma das promessas recentes do pagode universitário. O vocalista principal da banda, Bruno, não nega o rótulo, mas considera que a identidade do grupo vá por outro caminho. Somos uma banda do povo. Falamos as coisas que estão no coração das pessoas, somos mais românticos do que o pessoal do pagode universitário, afirma ele.
Em entrevista, o líder da banda fala sobre o processo de composição do novo álbum, sobre o papel do pagode na cena musical hoje e os futuros projetos do Sorriso Maroto.
Virgula: Esse já é o sétimo álbum de vocês, em uma carreira de 11 anos e meio. O que mudou na sonoridade do grupo ao longo desse tempo?
Bruno: Mudou muita coisa. Nossa sonoridade ficou mais madura, e a identidade do grupo está mais definida. Hoje, tudo que fazemos tem claramente nossa assinatura, é fácil reconhecer uma música do Sorriso Maroto.
Virgula: E este sétimo álbum, Sinais? O que ele tem de único?
Bruno: A principal característica deste CD é o equilíbrio. Temos, claro, muitas músicas românticas, que são as mais pedidas pelo público. E temos o lado B do álbum, que tem músicas mais de percussão, dançantes, daqueles que você deixa tocando durante um churrasco, por exemplo. Esse é, com certeza, nosso melhor álbum em termos de repertório.
Virgula: Como você acha que o som do Sorriso Maroto se diferencia das demais bandas de pagode?
Bruno: Somos uma banda do povo, que fala diretamente para ele. Somos os responsáveis por falar das coisas do coração, contar as histórias de amor das pessoas. Essa é a nossa diferença, somos conhecidos por esse romantismo. Somos classificados de pagode universitário, mas nosso som é muito mais romântico. E, claro, nosso som também tem a característica de ser baseado em pandeiro, cavaco e violão só, uma coisa bem simples.
Virgula: Qual você acha que é o espaço do pagode hoje, com o crescimento de ritmos como o funk, por exemplo?
Bruno: Aqui no Rio, o funk sempre foi um grande parceiro nosso. Não existe noite de funk sem que haja um show de pagode, e não existe uma apresentação de pagode sem que haja outra de funk. Um depende do outro, estão interligados. Além disso, ambos os estilos são oriundos da periferia e começaram marginalizados antes de atingir a grande mídia. O pagode e o funk são a vitória da periferia, e estamos sempre juntos, ambos têm espaço.
Virgula: O Sorriso Maroto tem um público predominantemente jovem. Você acha que esse público acompanha vocês ao longo dos anos?
Bruno: É engraçado que conforme vamos ficando mais velhos, nosso público vai ficando mais jovem! (risos). Nós nunca pensamos em fazer um som que alcançasse o povo mais jovem, mas é isso que acabou acontecendo. Mas acredito que esses jovens acompanhem a gente sim, e também compartilhem com as outras gerações o gosto pelo nosso som. Nos shows, sempre temos meninas jovens, daí os pais e os avós. É muito legal.
Virgula: Vocês já pensam em projetos futuros?
Bruno: Eu muitas vezes componho faixas que não são para o Sorriso Maroto. Foi isso que aconteceu no caso da música Não mereço Ser Amante, que eu tinha composto pensando em mandá-la para quem quisesse gravar. Só que a faixa acabou vazando na web e virou hit, mesmo não sendo uma música do Sorriso Maroto. Daí, como ela estourou no Youtube e as pessoas começaram a pedir nas rádios, decidimos gravá-la com o Sorriso Maroto e lançá-la como um single digital. O lançamento está previsto para setembro. Também estamos pensando em um possível DVD.