Posso estar sendo influenciado por ter sido um jogo do Brasil, mas não tenho receio em dizer que vi um time jogando como ninguém nessa Copa do Mundo. Muitos dos grandes decepcionaram, alguns podem até não se classificar para a próxima fase.
Acho que todos tinham um pouco de dúvida. Para mim não resta mais: o time de DUNGA é o principal favorito ao título.
Falta ainda mais ritmo de jogo. No começo, a seleção brasileira sofreu um pouco, os marfinenses adiantaram a marcação e impuseram uma pressão estéril.
DOIS jogadores da seleção precisavam mostrar algo a mais: Kaká e Luis Fabiano. Justamente eles que tabelaram com eficiência, na primeira oportunidade, para Luis Fabiano marcar. Desencantar.
A ansiedade mudou de lado. A Costa do Marfim se perdeu, demorou demais para assimilar o golpe e como um boxeador ficou a mercê do seu oponente: nas cordas.
O Brasil voltou para um segundo tempo arrasador: a Costa do Marfim foi a nocaute quando Luis Fabiano usou o braço para ajeitar, dar dois chapéus maravilhosos e marcar um golaço.
As dúvidas parecem ter acabado em relação a KAKÁ que fez toda a jogada que originou também o segundo gol.
E o terceiro do utilíssimo Elano de novo (como na estreia). Começou com Michel Bastos, passou pelo camisa 10 e acabou na conclusão do ex-santista, que deixou o gramado pouco depois vítima de uma entrada duríssima de Tioné.
Dunga deveria ter tirado alguns de seus jogadores logo depois. Os africanos abusavam da violência e em alguns casos foram desleais. Para não dizer que falei depois, demonstramos essa preocupação na transmissão da rádio CBN.
Kaká não afinou, encarou Keita. Quando recebeu cartão amarelo, Dunga errou de novo ao não perceber o nervosismo do seu camisa 10. Foi expulso.
A tendência é de que a FIFA interprete a ação de Kaká como uma atitude de jogo. Caso contrário, o prejuízo vai às oitavas-de-final.
Dizem quase todas as correntes que quem quer ser campeão não escolhe adversário. Eu escolho. Um eventual duelo com a Espanha nas oitavas não vale mais do que um campeonato mundial.
O nocaute na Costa do Marfim foi cirúrgico. Três diretos que não deixariam nenhum grande adversário em pé.
Uma vitória “a la Dunga”.
(Colaboração: Raphael Prates)