O ano que vai chegando ao fim era esperado como um período de muita dificuldade por conta da crise internacional. Diversas empresas fizeram grandes cortes desde o final de 2008 e o clima era de pessimismo para 2009.
No entanto, a rápida recuperação da economia brasileira surpreendeu. Com isso, foram gerados em 2009 1 milhão de novos empregos formais, com registro em carteira. O resultado em si não é dos melhores, já que desde 2004 as empresas contratam em um patamar acima de 1 milhão ao ano. Porém, o cenário previsto para 2009 não era dos melhores. O setor de Construção, comércio e serviços seguraram o emprego e também a economia.
A crise freou a economia de outubro de 2008 até março, mas nesse mês o comércio já trabalhava com níveis pré-crise disse Carlos Thadeu de Freitas, chefe da divisão econômica da Confederação Nacional do Comércio (CNC), em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.
No início do ano, houve um aumento da massa salarial por conta do reajuste do salário mínimo, que agora é pago de forma antecipada. Além disso, a inflação se manteve sob controle e o crédito ao consumidor foi restabelecido. Tudo isso contribuiu para a geração de empregos.
Um dos motivos para o setor de comércio e serviço ter sofrido menos com a crise é não precisar de grandes estoques. Os segmentos dependem do comportamento do consumidor, que se tiver disposto a comprar e viajar, irá consumir. Com os bancos financiando, e o governo dando isenção de impostos, os setores tiveram menos problemas que a indústria.
O País tem que exportar para gerar mais empregos, mas aprendemos que ter um mercado com poder de compra permite nos sustentar em períodos de crise explicou Freitas, da CNC.