O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e o francês, Nicolas Sarkozy, divulgaram neste sábado (14) que os dois países vão fazer uma verdadeira volta ao mundo antes da Conferência da Copenhague, marcada para dezembro. A finalidade é convencer os países em desenvolvimento a adotar metas ambiciosas para reduzir a emissão de gases geradores do efeito estufa.
As metas brasileiras de reduzir em até 39% das emissões até 2020 serão usadas como um exemplo de um forte engajamento. “Ninguém quer o impossível, mas apenas o razoável: que deixemos para o futuro um mundo pelo menos igual ao que recebemos”, disse Lula em entrevista coletiva no Palácio do Elysée, em Paris.
Sarkozy afirmou que vai enviar seus ministros à África, parte da Ásia e à América do Sul para convencer o maior número possível de países a adotar metas que demonstrem um compromisso real, com metas a cumprir, a fim de fazer da conferência de Copenhague uma declaração de princípios. Os dois países também pretendem propor a criação de uma Organização Mundial para o Meio Ambiente, como parte de uma reforma ampla da ONU.
O presidente Lula cobrou a responsabilidade dos Estados Unidos e da China, que segundo ele buscam uma forma de resolver seus problemas sem se importar com o impacto das mudanças climáticas no planeta. “Estamos vendo uma tentativa de se criar um G2 do clima. Fiquei com a responsabilidade de falar com o presidente Obama na próxima segunda-feira porque, como maior economia do mundo, é importante que os Estados Unidos sejam mais ousados em seu compromisso com o meio ambiente”, disse o presidente brasileiro.
Sarkozy afirmou também que, seguindo o exemplo de Lula, participará pessoalmente da Conferência do Meio Ambiente de Copenhague, marcada para os dias 16 e 17 de dezembro.