Nas últimas semanas foi anunciado que a China ultrapassou os Estados Unidos e passou a ser o país que mais faz operações comerciais com o Brasil. Agora, em visita oficial ao gigante asiático, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá propor ao presidente chinês Hu Jintao que o comércio entre os países seja feito com suas próprias moedas, sem utilizar o dólar.
Uma proposta semelhante está prestes a ser adotada nas vendas e compras entre o Brasil e a Argentina. O principal objetivo dessa medida é diminuir a dependência do dólar, buscando alternativas em relações bilaterais. As primeiras informações são de que as autoridades chinesas são favoráveis à essa medida.
A principal vantagem de uma independência do dólar seria que o comércio entre os dois países estaria sujeito a menores variações de acordo com uma eventual valorização ou desvalorização da divisa americana no mercado internacional.
A China já havia proposto a criação de uma moeda internacional para substituir o dólar como reserva de valor. Isso aconteceu durante a reunião do G-20 no final de abril, na Inglaterra. Atualmente, os chineses possuem US$ 2 trilhões de reservas internacionais, as maiores do mundo.
É justamente dessa grande quantidade de dólares que a China possui que surge a proposta de usar outras moedas em acordos comerciais. Autoridades do país avaliam que pode ser um risco ter grande parte dos ativos financeiros aplicados em uma única moeda. Por outro lado, há também uma disputa de poder global.