O senegalês Lamine Diack, presidente da Associação Internacional das Federações de Atletismo (Iaaf, em inglês), apontou o jamaicano Usain Bolt como figura necessária para o esporte.
Atual campeão olímpico e recordista mundial nos 100, 200 e revezamento 4×400 metros, Bolt correu domingo uma prova de 150m em uma pista feita nas ruas de Manchester, na Inglaterra, e bateu também a melhor marca da distância, não disputada nos Jogos.
Diack manifestou seu apoio a iniciativas como esta e admitiu que o atletismo precisa de figuras carismáticas como Bolt. “O atletismo é o primeiro esporte olímpico, e não é só ele”, alertou.
“É importante ter gente como Bolt, porque com ele não há problemas para conseguir uma boa promoção para o atletismo ou vender direitos de televisão. Em outros tempos foram Jesse Owens e Carl Lewis, agora é Usain Bolt”, completou Diack. Porém, o presidente da IAAF disse que o futuro do atletismo está dentro dos estádios, e não na rua.
“Vi pela televisão porque tinha uma reunião, mas a corrida de Manchester foi, sem dúvida, uma grande ideia porque permitiu que muitos vissem os atletas de perto. Estimulo iniciativas como esta porque é bom promover o atletismo”, comentou Diack.
O dirigente aproveitou para diferenciar um grande atleta e um astro do mundo do espetáculo. “Um campeão de atletismo não é um cantor. Para continuar sendo um campeão, tem que estar em perfeita forma. Caso contrário, está acabado”, explicou.
Diack assinou hoje um acordo de patrocínio com a multinacional sul-coreana de eletrônicos Samsung, válido para os Mundiais de 2009, em Berlim, e 2011, em Daegu, além do Indoor de 2010, que será em Doha.
A chegada da marca, que já trabalha com o Comitê Olímpico Internacional (COI), aumenta para sete o número de patrocinadores da IAAF para os três próximos anos.
“A crise econômica internacional também nos afetou, mas acho que os contratos com nossos patrocinadores nos permitem desfrutar de uma posição favorável para encarar o futuro imediato”, explicou.
Diack não quis falar sobre a disputa entre Rio de Janeiro, Tóquio, Madri e Chicago pela sede dos Jogos Olímpicos de 2016. “É preciso esperar o relatório definitivo da comissão de avaliação, e só a partir daí veremos qual proposta é a melhor”, afirmou.
Com relação à capacidade dos estádios para competições de atletismo, Diack prefere “lotar um com capacidade para 45 mil pessoas que ver cadeiras vazias em outro para 90 mil pessoas”.