Um dos principais problemas com a crise mundial, que teve como grande marco a quebra do Lehman Brothers em setembro do ano passado, foi a falta de crédito disponível no mercado. Temendo a inadimplência, muitas instituições deixaram de emprestar dinheiro para pessoas físicas e jurídicas.
Agora, quando o auge da crise se aproxima de seu primeiro ano, a situação do crédito começa a voltar ao normal. Pelo menos deveria. Luciano Coutinho, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), quer que os bancos comerciais ampliem o crédito para as empresas, especialmente as micro e pequenas.
Os bancos estão ultra capitalizados, sólidos e têm condições de aumentar a concessão de crédito do país. A economia brasileira está bem, voltou a crescer rapidamente, tem boas perspectivas de expansão de longo prazo e a inadimplência deve cair. Portanto, há condições favoráveis para o aumento do crédito do país, disse Coutinho em reportagem publicada na edição desta sexta-feira (31) do jornal O Estado de S. Paulo.
Para o presidente do BNDES, à medida em que os juros reais brasileiros se aproximam de um patamar de 4,5%, o Brasil consolida uma posição mais próximas das taxas que são praticadas em níveis internacionais. Coutinho acredita que o país entrou em um novo ciclo de desenvolvimento marcado pela inflação sob controle, equilíbrio das contas públicas, contas externas sólidas e juros reais baixos.
No entanto, para ele os bancos comerciais podem ajudar mais no novo processo de desenvolvimento do país. Para isso, eles precisam reduzir os spreads (diferença entre a taxa real e a taxa de juros praticada), que vêm caindo, mas ainda estão elevados.
Coutinho destacou que o crédito para as empresas é fundamental para sejam feitos novos investimentos no setor produtivo, principal elemento para gerar empregos, elevar a produção e aumentar a renda da população.