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Nas últimas semanas, a
Igreja Episcopal da Califórnia aprovou duas grandes medidas que estão deixando
os mais conservadores bastante preocupados e que, provavelmente, mudarão a
história das igrejas. Primeiro, foi permitida a ordenação de bispos
homossexuais. Depois, mesmo com o casamento gay sendo proibido no Estado,
também foi aprovada a cerimônia religiosa de casais formados por pessoas do
mesmo sexo.

 

No centro do debate, está a
figura do bispo Gene Robinson, o primeiro da Igreja
Episcopal a assumir sua homossexualidade. Desde 2003, quando resolveu tornar
sua opção sexual pública, ele é considerado um herói das causas homossexuais.
Robinson foi consagrado bispo após ter se divorciado de um homem, com quem
viveu durante anos.

 

Em entrevista para o jornal
New York Times, o bispo afirmou que os clérigos “estão
abrindo os olhos para o que eles não conhecem, e essa é uma atitude nova e
significativa”. E mesmo com a nova medida dividindo as opiniões dos bispos,
Robinson afirma que “apesar de discordarmos, temos um compromisso para honrar”.
Segundo o religioso, a medida não tem causado brigas dentro da igreja.

 

OPOSIÇÃO

 

Após ano de batalha,
Robinson está vibrando com a decisão. Entretanto, para o bispo Tom Wright, a
medida da Igreja Episcopal “marca uma nítida separação com o resto da
Comunidade Anglicana”. Após a cerimônia religiosa entre pessoas do mesmo sexo
ser aprovada no dia 15 de julho, em artigo publicado no Times
Online
, o fiél ressalta a importância da castidade e diz que “Justiça
não é ‘tratar todos da mesma maneira’, mas sim tratar ‘todos da maneira
apropriada’”. Claramente, ele foi contra as medidas.

 

Mas a tarefa de quebrar as
barreiras das igrejas, não tem sido nada fácil para os bispos homossexuais.
Apesar de todo o desenvolvimento dos Estados Unidos, quebrar as barreiras do
conservadorismo vigente no país não é para qualquer um.  Em 2006, uma pesquisa realizada em
território norte-americano comprovou que, apesar de existirem bispos e outros
membros do clérigo homossexuais, 2/3 dos religiosos acreditam que gays e
lésbicas não possuem vocação ou capacidade para serem ordenados.

 

E NO BRASIL?

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Em maio deste ano, durante a
47ª Assembleia Geral dos Bispos dos Brasil, o bispo Dom Luís Soares Viera,
vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), afirmou
que homossexuais podem ser padres, basta que sejam celibatários.

 

“Eles [homossexuais] são
pessoas humanas. Têm essa constituição e devem ser tratados como gente, com
respeito. Agora, o que se exige do heterossexual para ser padre, se exige também
do homossexual. Se ele for entrar no celibato, tem que viver a castidade”,
afirmou o bispo em entrevista à Folha de S. Paulo na época.

 

Procurado pela reportagem para saber sobre a medida
aprovada pela Igreja Episcopal da Califórnia, Dom Luís Soares não se manifestou.
Nenhum outro bispo da Conferência quis falar sobre o assunto.



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Bispos gays lutam pelo fim do preconceito dentro da Igreja

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