O líder máximo do grupo terrorista Al Qaeda, Osama bin Laden, acusou hoje o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, de seguir o caminho de seu antecessor e incentivar o ódio dos muçulmanos em relação ao país.
“Que o povo americano se prepare para fazer frente ao que os dirigentes da Casa Branca semeiam”, afirmou Bin Laden em uma gravação de áudio divulgada hoje pelo canal de televisão catariano Al Jazira.
A gravação foi divulgada meia hora depois de Obama chegar à Arábia Saudita para começar uma viagem pelo Oriente Médio e Europa.
Em uma das escalas, no Cairo, Obama dirigirá uma mensagem para todos os muçulmanos, em um ato anunciado ainda durante sua campanha eleitoral e que despertou grande expectativa no mundo árabe.
Bin Laden, que não publica uma mensagem desde o dia 19 de março, quando falou sobre a situação na Somália, acusou hoje Obama de semear “novas sementes de ódio e de vingança” similares às plantadas por seu antecessor na Casa Branca, George W. Bush.
“O número de sementes equivale ao número de deslocados no vale de Swat (no Paquistão) e no norte e no sul do Waziristão (Paquistão)”, acrescentou o líder da Al Qaeda, em referências às operações militares lideradas pelos EUA nessas áreas.
Segundo bin Laden, Obama não só incitou o ódio muçulmano em relação aos EUA, mas também em sentido recíproco, “seguindo o caminho de seu antecessor”.
Em sua mensagem, que foi divulgada em três partes pela “Al Jazira”, com uma foto de um Bin Laden sorridente, o líder da Al Qaeda acusa o presidente paquistanês, Asif Ali Zardari, de mudar o papel do Exército de seu país.
Disse que os militantes paquistaneses, em vez de manter sua função “em defesa do islã”, se dedicam agora a “lutar contra os muçulmanos”.
“A maioria do povo paquistanês rejeita esta política”, insistiu Bin Laden. “O presidente fez isso em resposta às pressões que recebe da Casa Branca, e isto é uma traição à nação muçulmana”, acrescenta a mensagem.