As desavenças entre a Formula One Administration (FOA), controladora dos direitos comerciais da Fórmula 1 e comandada pelo inglês Bernie Ecclestone, e a Associação de Escuderias da Fórmula 1 (Fota) pode terminar em greve. O conflito continua intenso, tanto que algumas escuderias ameaçaram não levar seus carros para os Grandes Prêmios de Austrália e Malásia após a reunião que tiveram com Ecclestone na semana passada, em Londres, para pedir o dinheiro que, segundo os construtores, a FOA lhes deve.


 


Embora não defendam uma greve, algo que pode ser encarado como descumprimento de contrato, as escuderias poderiam tomar atitudes como atrasar a saída para pista em algum treino livre ou abandonar um Grande Prêmio depois da primeira volta, como ocorreu nos Estados Unidos em 2005 – quando apenas seis carros participaram da corrida.


 


Ecclestone – tido como o chefão da F-1 – divulgou nesta sexta-feira (dia 27) um comunicado no qual rebate as acusações da Fota de que a FOA deve dinheiro às escuderias. No documento, o inglês diz que a FOA não só pagou tudo que devia, como também adiantou pagamentos a algumas escuderias que ainda não assinaram os contratos necessários para disputar o Mundial de F-1 deste ano.


 


O comunicado esclarece: “o contrato entre o titular dos direitos comerciais e as escuderias que competem na F-1, o chamado Pacto de Concórdia, expirou no final de 2007 e todos os prêmios que deveriam ser pagos aos signatários em virtude desse acordo foram pagos no vencimento do mesmo”.


 


O texto ainda diz que “algumas escuderias ainda têm que assinar um contrato com a FOA a respeito de sua participação no Mundial”, mas que mesmo assim a entidade já fez “pagamentos substanciais a cada uma delas” com base nas premiações futuras que receberão quando assinarem os contratos com a entidade comandada por Ecclestone.


 


Segundo o comunicado, tal atitude demonstra “a boa vontade da FOA e sua intenção de chegar a um novo acordo” com as escuderias. Por fim, Ecclestone diz que “a FOA não tem qualquer relação com a Fota. Sempre teve uma relação direta com as equipes e continuará o fazendo”. Todos os responsáveis pelas escuderias voltaram a se reunir nesta sexta-feira para estudar mais uma vez a situação e decidir o rumo a ser seguido.


 


O atual executivo-chefe da McLaren, Martin Whitmarsh, declarou haver “um clima de tensão porque muitas escuderias têm muito dinheiro a receber” e acrescentou que o problema deve ser resolvido “imediatamente”. Perguntado sobre um possível boicote, o diretor de esportes a motor da BMW, Mario Theissen, disse não acreditar que tal situação chegue a ocorrer e afirmou que “bons progressos” estão sendo feitos.


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Bernie Ecclestone e escuderias continuam em pé de guerra na F-1

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