Ben Huh. É bem provável que você não conheça este nome. Mas com certeza conhece os seus trabalhos.  Se alguém saí por aí dizendo “Fail” toda vez que presencia alguma trapalhada alheia ou logo associa a imagem de um gatinho fofo com alguma legenda surreal, a culpa é deste jornalista americano.

CEO da Pet Holdings Inc., Huh se diz um “connoisseur do conteúdo wébico” e define o seu trabalho da seguinte forma: “meu objetivo é fazer o mundo mais divertido por 5 minutos diários”. E vem conseguindo. Sua compania é dona do Cheezburger Newtork, um conglomerado de 25 blogs que viraram febre na internet nos últimos anos e modismo até fora do ambiente virtual. Dois deles são mainstream:  Fail Blog, dedicado a reunir os melhores vídeos e imagens de cenas de fiascos da internet, com um enorme carimbo de “FAIL”, e I Can Has Cheeszburger?, cujo o mote são fotos de gatinhos com legendas engraçadinhas.

O resto é mais underground, como o Engrish Funny, que mostra placas e momentos em que a língua de Shakespeare é assassinada, Graph Jam, que traz gráficos de pesquisas e estudos estapafúrdios, e Loldog, uma versão canina do seu blog felino de grande sucesso. Isso sem falar do It Mad My Day, em que as pessoas postam pequenos textos sobre momentos “WIN” de suas vidas (mais um termo que virou moda graças a Huh) e do incrível There, I Fixet It, que exibe fotografias de grandes gambiarras da arquitetura moderna.

A receita do sucesso de Huh é produzir um humor simple, irônico e universal, que é copiado ao redor do mundo. “Meus blogs são simples e de fácil compreensão. É entretenimento de tiro curto. A comédia não é sempre universal, mas com certeza é divertimento dos bons”, comenta Huh, em entrevista por e-mail ao Virgula.

O blogueiro está de férias no Rio e na próxima semana vem a São Paulo para uma palestra no evento de cultura digital YouPix. “Em apenas uma semana aqui já percebi que vocês, brasileiros, adoram celebrar e compartilhar uma risada. Agora sei porque ler e assistir a coisas divertidas na internet é algo tão popular no Brasil”, revela.

A Cheezburger Network completou em setembro dois anos de vida e atrai, por mês, 11 milhões de internautas. A empresa tem 26 funcionários e, segundo Huh, deu lucro mesmo neste ano horrível para a economia mundial. Sua fonte de renda são os anúncios, parcerias e merchandisings conseguidos por meio dos blogs. “Absolutamente”, responde, quando perguntado se criou um novo modelo de negócios. “Acredito que o fato de muitas pessoas começarem a criar blogs de humor, baseados em fotos, seja uma prova clara de que criamos uma pequena indústria”, continua.

Exemplo de uma das pessoas que melhor souberam trabalhar com as possibilidades da web 2.0, ele comenta que nunca pagou um centavo para os diversos colaboradores de seus sites, que enviam diariamente milhares de e-mails com imagens e vídeos engraçados. “As contribuições dos usuários são algo crítico para o nosso sucesso, porque 100% do nosso material vem dos nossos leitores. Eles não são pagos e não ligam para isso: trata-se de algo divertido e eles gostam de compartilhar o senso de humor próprio deles”, ri.

Ele é categório ao afirmar que não existe uma fórmula para se criar um meme, uma modinha virtual de potencial viral. “Jamais tente criar um meme. Tente criar algo que as outras pessoas achem divertido e fascinante. Você não pode forçar um meme, mas pode criar uma boa comunidade em torno dele e deixar que ela tome conta dele depois disso.”

Huh faz aquela linha japonês geek e piadista, que tira sarro de qualquer assunto. Questionado se a internet serve apenas para propagar pornografia e besteirol, ele se diverte. “Eu diria que a internet é para as coisas divertidas e gatos!”


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Ben Huh: "A internet é para besteirol e gatos!"

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